Drauzio Varella diz que processa Meta por anúncios falsos de remédios com sua imagem: 'É golpe'
Médico afirmou que golpistas usam inteligência artificial que imitam a voz dele para vender medicamentos sem registro na internet
Drauzio Varella processa a Meta por anúncios falsos usando sua imagem e voz criada por inteligência artificial para vender remédios sem registro, alertando que é golpe e recomendando cuidado com propagandas semelhantes.
O médico Drauzio Varella contou que processa a Meta -- dona do Facebook, Instagram e WhatsApp -- por permitir a veiculação de anúncios falsos com sua imagem para golpes relacionados à saúde nas redes sociais.
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"Fui obrigado a contratar um escritório de advocacia para tentar tirar do ar essas propagandas porque a gente tentava explicar, olha, isso aí é absurdo, eles não davam nem bola nem respondiam, você mandava um e-mail explicando que aquilo era falso, eles não se davam o trabalho de responder", disse Drauzio à TV Globo.
Segundo o médico, em alguns anúncios, os golpistas usam inteligência artificial que imitam a voz dele para vender medicamentos sem registro.
"Existe um curso dado pela internet para ensinar os falsários a imitar a minha voz por inteligência artificial e a criar as imagens para vender remédios falsos", detalhou. "O Código de Ética Médica proíbe que médicos façam propaganda de medicamentos. Toda vez que você vir meu nome ligado a um medicamento, é mentira. Cai fora, porque isso é golpe", recomendou o médico.
Um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) coletou quase 170 mil anúncios no Facebook e Instagram e apontou que mais de 76% eram enganosos. Entre os mais de 6 mil analisados individualmente, cerca de 5 mil eram golpes relacionados à saúde. Além de Drauzio Varella, outros nomes usados em anúncios falsos são o da atriz Susana Vieira, da cantora Simone Mendes e do ex-presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.
Em nota à emissora, a Meta afirmou que "as tentativas de golpes têm aumentado em escala e complexidade nos últimos anos, impulsionadas por redes criminosas internacionais".
"À medida que essa atividade se torna mais persistente e sofisticada, nossos esforços para combatê-la também se intensificam. Estamos testando o uso de tecnologia de reconhecimento facial, aplicando nossas políticas para coibir golpes e capacitando as pessoas a se protegerem por meio de diversas ferramentas de segurança e alertas disponíveis em nossas plataformas. Continuaremos tomando medidas para aprimorar a detecção e a aplicação de nossas regras contra esse tipo de atividade", acrescentou o comunicado.