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Dani Calabresa contraria Globo e diz que emissora comprovou assédio de Marcius Melhem; assista

Ator e diretor nega as acusações e diz que atriz mente. Empresa, ré em processo no Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro, havia dito à Justiça que caso não foi provado; Dani disse ter pensado em se demitir antes de fazer as denúncias

24 mai 2023 - 15h24
(atualizado às 16h11)
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Na contramão do que havia alegado a Rede Globo na semana passada, a humorista Dani Calabresa afirmou que a emissora comprovou o caso de assédio que envolve o ator Marcius Melhem. A empresa, ré em um processo no Ministério Público do Trabalho (MPT) do Rio de Janeiro, havia alegado que as denúncias contra Marcius não haviam sido provadas e, por esse motivo, não poderia ser considerada culpada pelo comportamento do artista.

Dani, porém, disse que a Globo "comprovou e resolveu" o caso, que aguarda apenas a decisão na Justiça. "Eu fui lá [denunciar] pensando: 'Se não der em nada, eu saio e vou ser feliz'. Deu. A empresa viu que é inadmissível, investigaram, comprovaram, resolveram, graças a Deus", afirmou a humorista em entrevista ao podcast Quem Pode, Pod nesta terça-feira, 23.

"Dani Calabresa mente desde o início e sua calculada vingança já está muito clara para todos. Segue mentindo agora tentando dizer que a TV Globo demitiu Marcius Melhem por assédio na semana em que vem a público um documento em que a própria Globo diz à Justiça, com todas as letras, que não comprovou assédio nenhum. Dani Calabresa já teve sua série de mentiras exposta há tempos. Vale sempre lembrar que o que ela hoje chama de "assédio", antes era tratado como "vantagem", disse Marcius Melhem ao Estadão através de sua assessoria em comunicado.

Assista ao trecho da entrevista de Dani:

Marcius é acusado por oito mulheres de assédio sexual. O caso, que também tem a emissora como ré, está Delegacia de Atendimento à Mulher do Rio de Janeiro (Deam) e tem valor de causa estimado em R$ 50 milhões. O processo acusa a Globo de, supostamente, ter permitido casos de assédio no ambiente de trabalho nos últimos anos e exige que a empresa tome medidas preventivas.

O Estadão entrou em contato com a emissora para comentar sobre o caso, mas não obteve resposta até o momento. O espaço segue aberto.

Dani Calabresa diz que pensou em demissão antes de denunciar Marcius Melhem

Marcius Melhem é acusado por oito mulheres, incluindo Dani Calabresa, de assédio sexual.
Marcius Melhem é acusado por oito mulheres, incluindo Dani Calabresa, de assédio sexual.
Foto: João Cotta/Globo/Divulgação / Estadão

Durante a participação no podcast, Dani Calabresa disse que pensou em se demitir da Globo antes de tomar a decisão de denunciar Marcius Melhem. "Tem coisas que a gente só se mexe quando não tem outra opção. Não dá para pegar avião chorando, não dá para ir trabalhar chorando. Eu não conseguia passar o crachá na portaria. E aí eu só me via feliz saindo da empresa", contou.

A humorista relatou ter tido o apoio da atriz Maria Clara Gueiros. "Ela pegou na minha mão e quis dizer: 'Você não está louca'. [...] Às vezes, a gente não entende o que é machismo e o que é assédio", disse.

Dani pontuou que, à época, estava enfrentando desafios na vida pessoal com a mudança para o Rio de Janeiro e o divórcio de Marcelo Adnet. Por isso, encontrou "refúgio" no trabalho. Ela ainda contou que não queria ter a carreira associada à de Marcius quando optou por fazer as denúncias.

A atriz também falou sobre "estratégias" usadas por abusadores. "A estratégia é culpar as mulheres. [...] O não é não. Você pode ser casada, namorar a pessoa, ninguém pode abusar, passar do limite, te desrespeitar", afirmou.

Ela pontuou que não gostaria de ter ido a público falar sobre o caso, já que é a vítima, e disse que muitas mulheres que também teriam sofrido assédio escolheram não falar sobre o assunto à imprensa.

Em 2019, surgiram as primeiras denúncias contra Marcius, negadas por ele. Em 2020, o humorista foi demitido da Rede Globo, mas o assunto não foi citado pela emissora, o que teria gerado uma revolta entre os artistas. No mesmo ano, a revista Piauí publicou mais detalhes sobre o caso, com depoimento de 43 vítimas ou testemunhas.

*Estagiária sob supervisão de Charlise de Morais

Estadão
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