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Filme israelense no Oscar evoca empatia por palestinos, mas irrita governo

7 nov 2025 - 11h32
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O diretor do filme que representará Israel no Oscar de 2026, sobre a jornada de um menino palestino para ver o mar, espera que ele ajude a despertar compaixão em sua terra natal em meio a tantos conflitos.

As perspectivas para uma paz duradoura entre israelenses e palestinos raramente pareceram tão sombrias após os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023, dois anos de guerra em Gaza e o aumento da violência dos colonos na Cisjordânia.

No entanto, o diretor e roteirista Shai Carmeli-Pollak se animou com a recepção de seu filme "The Sea" (O Mar), que ganhou o principal prêmio do cinema israelense e, portanto, foi automaticamente indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, cuja decisão será tomada em março.

"Conheci o público que veio assistir e foi incrível ver como as pessoas se emocionavam e, às vezes, até choravam com essa história, enquanto a violência e as atrocidades aconteciam não muito longe daqui", disse Carmeli-Pollak em entrevista esta semana após a exibição.

"The Sea" conta a história de Khaled, um menino palestino na Cisjordânia ocupada por Israel, que teme crescer sem ver o mar e faz a perigosa jornada sozinho e sem documentos de viagem até Israel para tentar chegar à costa.

Ele havia sido barrado em um posto de controle durante uma excursão escolar ao mar, e seu súbito desaparecimento de casa leva seu pai, um trabalhador sem documentos em Israel, a arriscar ser preso ao sair em sua busca.

"The Sea" ganhou o prêmio de Melhor Filme no Ophir Awards de setembro, o equivalente israelense ao Oscar, provocando condenação da ministra da Cultura, Miki Zohar, que retirou o financiamento da cerimônia devido à representação das forças armadas israelenses no filme.

Desde 2022, o governo de Israel está entre os mais direitistas de sua história, opondo-se veementemente à criação de um Estado palestino e comprometendo-se com a expansão dos assentamentos na Cisjordânia.

O ataque do Hamas contra Israel em 2023, que matou mais de 1.200 pessoas, endureceu a postura de muitos israelenses em relação aos palestinos e tornou as críticas ao exército mais delicadas.

COMPAIXÃO E AMOR

Carmeli-Pollak e o produtor israelense-palestino de "The Sea", Baher Agbaria, disseram que era importante fazer filmes que ajudassem as pessoas a ouvir as histórias umas das outras.

"Espero que o filme abra outros canais -- canais de compaixão e amor -- e ofereça outras maneiras de vivermos juntos neste lugar", disse Carmeli-Pollak à Reuters.

Agbaria afirmou que foi surpreendente levar uma história palestina aos cinemas convencionais de Israel, tendo como pano de fundo a guerra.

"Por causa do que está acontecendo, este é o momento também para este filme, sabe, para este tipo de história, de ouvir os outros", disse.

O filme estreou nos cinemas de Israel em julho e ainda está em cartaz.

Na cerimônia do Oscar de 2025, o filme israelense-palestino "No Other Land" (Sem Chão, no título brasileiro), sobre o deslocamento de uma comunidade palestina na Cisjordânia por Israel, ganhou o prêmio de melhor documentário, o que também irritou o governo de Israel.

Carmeli-Pollak, um ativista da paz de longa data, disse que, embora o governo não quisesse que ele representasse Israel, ele se orgulhava de fazer parte de uma comunidade de cineastas que escolheram homenagear "The Sea".

"Eu represento todos os povos, como israelenses e palestinos, que aspiram à paz, à igualdade e a viver juntos de uma maneira diferente daquela que este governo busca."

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