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Sem ambições, 'Turnê' diverte com trama sobre produtor frustrado

25 out 2010 - 17h10
(atualizado às 17h15)
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Danilo Saraiva
Direto de São Paulo

Depois da aplaudida exibição na última edição do Festival de Cannes, que rendeu ao diretor estreante em longas, Mathieu Amalric, o prêmio de melhor direção, finalmente Turnê fez seu debut no Brasil na programação oficial da 34ª Mostra de Cinema de São Paulo.

Para quem não está associando o nome ao rosto, Amalric é um conhecido ator francês, cuja carreira já rendeu alguns ótimos papéis, como o do homem que perde seus movimentos e a vontade de viver no dramático O Escafandro e a Borboleta e ainda o vilão estereotipado, mas não menos brilhante, de Quantum of Solace, em mais uma aventura de James Bond nas telonas.

Aqui, Amalric testa os dois contrapontos: assume não só a direção, como também protagoniza o longa, onde interpreta, não por acaso, Joachim, um produtor de espetáculos que abandona uma carreira decadente na TV francesa para ir aos Estados Unidos numa tentativa de se reencontrar. Suas esperanças são renovadas com um grupo de strippers que integram um movimento conhecido como "novo burlesco", uma mistura dos velhos shows eróticos de cabaré com números musicais engraçados, que conflitam com a perfeição feminina e trazem como protagonistas mulheres comuns, de corpos ovais, cujas gordurinhas e imperfeições parecem muito mais sexuais e honestas do que a convenção permite.

Amparado pelo sucesso nos palcos americanos, Joachim vê nessas mulheres, interpretadas por artistas burlescas na vida real, uma forma de poder voltar ao seu país natal como um "príncipe", como ele mesmo define. Após marcar uma série de espetáculos pelas cidades do interior da França e com o sonho na bagagem de poder voltar à Paris, o produtor as coloca num avião junto com sua trupe e está disposto a bancar o luxo de suas artistas, mesmo com o dinheiro acabando e tendo reunido alguns inimigos cuja generosidade seria crucial nesta jornada.

Apresentada a temática principal, Amalric mostra que fez muitas aulas sobre direção e conduz uma trama animada, sem conflitos, mas repleta de honestidade. Ao mesmo tempo em que as mulheres fazem apresentações de encher os olhos, Joachim enfrenta sua dura realidade: a ausência como pai, a separação da ex e a tentativa frustrada de alcançar sucesso em seu país natal. Com seus sonhos cada vez mais distantes, ele passa a sofrer com a possibilidade de nunca levar seu espetáculo a Paris. Uma trama morna, porém bastante reflexiva, que faz um paralelo do que acontece dentro e fora do palco.

Há de se ressaltar aqui a bela atuação não só de Amalric, como também das meninas que fazem parte do espetáculo e interpretam a si mesmas, como Dirty Martini, Roky Roulette e Mimi Le Meaux. O tom documental, tão evitado pelo ator/cineasta, como ele já havia dito antes, parece a forma perfeita para definir o longa.

SERVIÇO
Turnê, de Mathieu Amalric

País: França

Duração: 111 minutos

HORÁRIOS:
25/10/2010 - 21:50 - UNIBANCO ARTEPLEX 3

Foto: Reprodução
Fonte: Terra
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