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Para o fim de semana: quatro animações de dois diretores japoneses

2 out 2009 - 11h24
(atualizado às 11h29)
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O final de semana chegou e nada melhor do que driblar o tédio das tardes de sábado e domingo - quando não programou nada para fazer, claro - assistindo a um bom filme. A partir de agora, todas as sextas-feiras o

'Tokyo Godfathers', de Satoshi Kon
'Tokyo Godfathers', de Satoshi Kon
Foto: Divulgação
Terra

trará dicas de DVDs para você alugar e assistir com quem quiser. Começamos a seção com quatro animações japonesas de dois grandes diretores. Prepare a pipoca e confira abaixo a nossa seleção:

» Confira imagens dos filmes

» Gênio da animação, Miyazaki fará dois filmes antes de se aposentar

A Viagem de Chihiro (Sen to Chihiro no Kamikakushi)

Direção: Hayao Miyazaki

Ano: 2001

Ganhador do Oscar de Melhor Animação e do Urso de Ouro no Festival de Berlim, A Viagem de Chihiro é um filme complexo, apesar de sua aparente premissa boba. Na história, Chihiro, menina de dez anos, fica emburrada ao ter que se mudar para o interior e se despedir dos velhos amigos. Durante a mudança, o pai da garota pára em uma vila desconhecida e aparentemente abandonada, onde eles encontram um restaurante em funcionamento. Famintos e sem ninguém para atendê-los, o casal resolve se fartar da comida da casa, prometendo pagar a quantia devida no fim da refeição. Chihiro se recusa a comer e resolve explorar o lugar. Ela encontra Haku, um aprendiz de feiticeiro que exige que ela fuja da cidade o mais rápido possível. Ao voltar, uma surpresa: seus pais foram transformados em porcos. Enquanto isso, misteriosos seres começam a aparecer ao seu redor. Começa a jornada da menina num mundo misterioso, dominado por espíritos. Seus julgamentos e atitudes serão definitivos para que ela consiga recuperar a família e os sentimentos que a envolvem.

Num primeiro momento, A Viagem de Chihiro pode parecer um delírio de Hayao Miyazaki, mas à medida que a história se aprofunda - e algumas situações absurdas são mostradas -, as simbologias utilizadas pelo cineasta são decifradas, com um argumento inteligente e bem distante de outras animações clássicas, como aquelas produzidas pela Disney. O capricho dos filmes de Miyazaki também é admirável: seus trabalhos são feitos à mão, com poucas cenas em computação gráfica. Chihiro presta uma bela homenagem à cultura japonesa e critica os valores da sociedade atual, apoiado num roteiro repleto de enigmas. Os olhos da menina de dez anos refletem o que a humanidade precisa aprender.

O Castelo Animado (Hauru no Ugoku Shirou)

Direção: Hayao Miyazaki

Ano: 2004

Uma jovem sem malícias é transformada numa velha por uma feiticeira que fica visivelmente enciumada depois que um mago a salva de um bando de soldados oportunistas. Tentando quebrar o feitiço, a senhora sai em busca de respostas e acaba encontra, no caminho, um castelo movediço, onde conhece o demônio do fogo, Calcifer, que propõe quebrar a magia se ela conseguisse romper o pacto que ele tem com o mago Howl (o mesmo que a salvou recentemente).

No castelo, Sophie se apresenta como a nova faxineira. Uma guerra entre os reinos - referência à Segunda Guerra Mundial - muda a situação e Howl é convocado por sua antiga mestra, Madame Suliman, para controlar a situação.

No filme, inspirado na obra da escritora inglesa Diana Wynne Jones, Miyazaki desafia os dilemas morais, desvendando preconceitos (a paixão de um mago jovial por uma velha) e buscando, numa tentativa desesperadora de promover uma atitude pacifista, um lado bom nos seres humanos.

Assim como O Serviço de Entregas da Kiki (1989), outra obra de sua direção, os cenários do filme são inspirados em arquiteturas antigas da Inglaterra, um país que o fascina. A referência a magos e criaturas místicas é mais uma característica de Miyazaki, que explorou o tema à exaustão em obras-primas como Meu Vizinho Totoro, A Viagem de Chihiro, A Princesa Mononoke e Ponyo, seu último filme, que permanece inédito no País.

Tokyo Godfathers (Tokyo Godfathers)

Direção: Satoshi Kon

Ano: 2003

Esqueça filmes de Natal bobos como O Grinch e Milagre na Rua 34. Aqui, Satoshi Kon abusa da ousadia ao criar um conto sobre três mendigos - o rabugento Gin, a jovem Miyuki e a travesti (sim, você leu certo) Hana - que vivem nas ruas de Tóquio. Na véspera de Natal, Hana e Gin assistem a uma montagem teatral do nascimento de Jesus e se encontram com Miyuki para distribuir uma refeição aos carentes da cidade. No caminho, Hana sonha em ser mãe - assim como a virgem Maria - e, para sua surpresa, encontra um bebê na lata de lixo. Apesar de Hana querer cria-lo como seu filho, Gin e Miyuki a convencem que isso é uma loucura. Juntos, os três terão que fazer de tudo para encontrar a verdadeira mãe da criança.

Apesar de fugir do convencional, Kon coloca alguns dilemas moralistas na jogada. Os milagres de Natal, tão característicos em filmes do gênero, aparecem com frequência no filme, mas não com aquele tom ingênuo que normalmente é tratado. Tokyo Godfathers ganhou o prêmio de Excelência no Japan Media Arts Festival, em 2003. Fora do país, é um tanto desconhecido, mas foi lançado no Brasil pela Columbia e está disponível nas grandes locadoras daqui.

Paprika (Paprika)

Direção: Satoshi Kon

Ano: 2006

Depois de fazer sucesso com Tokyo Godfathers, Satoshi Kon revelou ao mundo Paprika , animação super bem feita que veio ao mundo pelo estúdio Madhouse (um dos melhores em animação japonesa). A história não poderia ser mais viajada: um aparelho que permite o acesso aos sonhos das pessoas - e que seria usado para futuras terapias psiquiátricas - é roubado. Para impedir uma tragédia de proporções inimagináeis, uma psicoterapeuta parte numa jornada pelo inconsciente para descobrir o culpado.

Claro que a premissa do filme serve para mostrar belas imagens em animação que só um roteiro como esse poderia permitir. Longe de ser comercial, Paprika é belíssimo e merecidamente ganhou o prêmio principal do Tokyo Anime Awards em 2007. Sua estreia oficial aconteceu na 63ª edição do Festival de Veneza. Se ainda tem dúvidas, notícias motivadores: no site Rotten Tomatoes, o filme foi aprovado por quase 90% dos maiores críticos de cinema.

Fonte: Redação Terra
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