Clássicos do Terror que são mais LGBTQIA+ do que parecem
No dia do orgulho LGBTQIA+, trouxemos um compilado de clássicos do terror que abordam a temática nas entrelinhas.
Quando alguém te diz para pensar em filme LGBT, é muito provável que nomes como 'A Hora do Pesadelo' não venham à sua cabeça – mas deveriam. É o que conta nosso colunista Ygor Palopoli no vídeo acima.
Em 'A Hora do Pesadelo 2', por exemplo, o próprio diretor, Jack Shoulder, afirmou que o filme traz uma alegoria sobre a luta de um homem gay para se aceitar, representado pelo Freddy Krueger que tenta se apossar de seu corpo enquanto ele resiste, criando assim uma espécie de luta interna – uma vivência muito comum pras pessoas jovens que ainda estão se descobrindo.
O filme também reflete as ansiedades da sociedade em torno da epidemia de AIDS que estava ocorrendo na época. O medo e o isolamento de Jesse, o protagonista, espelham a experiência de muitos homens gays na década de 80.
A série 'Brinquedo Assassino', criada por Dan Mancini, que também é um homem gay, inclui uma série de personagens LGBTQIA+. Em 'O Filho de Chucky', somos apresentados a Glen ou Glenda, filho não binário de Chucky e Tiffany. Embora esse personagem seja usado principalmente para fins de humor, a inclusão de uma personagem de gênero não especificado em um filme mainstream foi um passo significativo que se aprofundou ainda mais na série do Chucky que estreou recentemente.
Em Hellraiser, o criador Clive Baker, que também é parte da comunidade, traz uma exploração mais sombria da sexualidade e do desejo no seu filme de 1987. 'Hellraiser' aborda bastante do universo BDSM e apresenta a sexualidade de maneira que desafia a norma convencional. A história de um grupo que busca prazer através da dor desafio as convenções normativas e pode ser vista como uma metáfora pra busca da autoexpressão sexual.
Geralmente é o vilão que serve de representação da visão LGBTQIA+. O vilão é tipicamente visto como o "outro", o que não se conforma às normas sociais. E isso sempre foi usado pra explorar temas de identidade e sexualidade. Então da próxima vez que você pensar que "antigamente não havia essas coisas", se pergunte se na verdade não era você que não estava olhando direito.