"Amor Bandido" retrata perda da inocência e descoberta da paixão
e é isso que causa mais comoção em Ellis, que está apaixonado por uma menina mais velha. O plano de Mud é retirar o barco da árvore e fugir com Juniper.
Aos poucos, Nichols revela que este é um filme sobre amor, vários tipos de amor: Mud e Juniper, a amizade entre Ellis e Neckbone, os pais do garoto. Amores que precisam de concessões para se manterem vivos.
O diretor, que também assina o roteiro, parece acreditar que as pessoas são fruto, entre outras coisas, de seu espaço. E, se, na reta final, aparecem histórias demais em "Amor Bandido", a delicadeza do filme compensa o acúmulo.
Muito do filme funciona graças ao talento de Sheridan - que em 2011 já havia mostrado ao que veio em "A Árvore da Vida" -, que faz sem vacilar um garoto inocente apaixonado pela primeira vez e, dessa forma, crente na força redentora do amor. É isso que o move a se arriscar e ajudar Mud e Juniper. Por outro lado, seu amigo é o contraponto, pragmático e cínico; ele é o alívio cômico do filme.
Esse é o primeiro longa de Nichols a chegar aos cinemas brasileiros. Seu filme anterior, "O Abrigo" (lançado direto em DVD), é um retrato corajoso e instigante sobre um pós-apocalipse dos nossos tempos. Aqui, o cineasta vai para uma outra chave, a da redenção, e se mostra tão confortável em um filme otimista quanto estivera num pessimista.
(Por Alysson Oliveira, do Cineweb)
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