Script = https://s1.trrsf.com/update-1765905308/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

'A Primeira Noite de Crime' é uma longa noite de loucuras e violência

Produtor e diretor Gerard McMurray reflete sobre a liberação da violência como forma de tentar conter o crime

15 out 2018 - 06h11
(atualizado às 09h20)
Compartilhar
Exibir comentários

Nos EUA, a classificação do filme foi R - de 'restricted' - pela soma de violência, abuso de drogas e linguagem chula. Se você vir o filme dublado, terminará achando A Primeira Noite de Crime ainda mais grosseiro que é. O longa de Gerard McMurray redimensiona o terror na era Donald Trump - e no pós Corra! não se pode nem dizer que tem um subtexto político. A política é o seu background. Em fase de eleição, no Brasil, presta-se a um debate que pode ser bem interessante, mais até que suas qualidades.

Olhe o casal da foto - negros e belos. Olhe a bandeira estrelada - e os punhos acorrentados. McMurray também está querendo dar seu testemunho sobre a 'América'. Na ficção de seu filme, a Nova Fundação Pais da América resolve desenvolver um experimento científico para tentar conter a violência urbana. Durante uma noite - 12 horas -, a NFPA libera o crime numa cidade dos EUA. Para dar vazão ao ódio, as pessoas podem matar impunemente. Transfira para o Brasil, onde o debate sobre armamentos anda acirrado. O risco é que a violência autorizada viraliza. Vira ameaça nacional.

No original, o filme chama-se The First Purge. Em 2014, já houve The Purge - Anarchy, dirigido pelo mesmo James DeMonaco que agora tem crédito de roteirista. Como num game, a cidade é ocupada por mascarados. As máscaras, preservando a identidade, criam a invisibilidade. Tudo é permitido. O agora diretor Gerard McMurray veio da produção - Código do Silêncio, Fruitvale Station - A Última Parada. McMurray é negro, como Ryan Cooglar, o diretor de Fruitvale e de Pantera Negra, e também como Jordan Peele, de Corra! Representam todos a nova consciência negra de Hollywood.

Embora a violência liberada atinja a sociedade como um todo, McMurray se interessa principalmente pelos efeitos da medida sobre o segmento negro. Os EUA nunca promoveram a fantasia da integração cordial brasileira, por exemplo. A luta por direitos civis foi feroz. Foi preciso desmontar o aparato racista que tinha até organizações constituídas - a Ku Klux Klan. Será no mínimo interessante acompanhar a luta pela sobrevivência de Y'lan Noel e Lex Scott Davis nessa longa, embora sejam só 12 horas, noite de loucuras que ronda a América.

Estadão
Compartilhar
Publicidade

Conheça nossos produtos

Seu Terra












Publicidade