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Mike Deodato irá deixar a Marvel em 2019

Brasileiro irá se dedicar a produzir material próprio ao fim do seu contrato; ele colaborava com a editora desde 1995

9 dez 2018 - 19h50
(atualizado às 19h52)
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O desenhista Mike Deodato Jr., um dos brasileiros mais famosos no universo dos quadrinhos, irá deixar a Marvel em 2019. Ele fez o anúncio neste domingo (9), no painel dedicado a ele pela Comic Con Experience 2018 (CCXP) "Mestres da Marvel: Mike Deodato" e revelou que quando seu contrato acabar, em meados do próximo ano, ele pretende se dedicar a seu material autoral.

"Preciso esperar meu contrato acabar para começar a publicar fora da Marvel", relatou o paraibano, que trabalha para a editora desde 1995 e tem contrato de exclusividade há cerca de dez anos. Deodato irá investir em um material em parceria com Jeff Lemire, com quem trabalhou em "Thanos".

Desenhista Mike Deodato Jr. durante o painel
Desenhista Mike Deodato Jr. durante o painel
Foto: Luiz Teixeira / Terra

"Tínhamos uma pasta em conjunto no Dropbox e eu vi ele escrever mais de 100 páginas em um dia. Eu incluí dois desenhos por dia na minha rotina para dar conta, e em junho devemos começar a publicar", disse o artista. Ele ressaltou que os editores da Marvel lamentaram sua decisão de não renovar o contrato e que ele tem portas abertas para a voltar para a editora.

No painel, Deodato contou como a influência do pai, o jornalista Deodato Borges, foi determinante em sua carreira. "Ele comprava quadrinhos em sebos, a maioria sem capa. Ele também fazia a voz de um herói, o Flama, para uma rádio", comentou. O desenhista se emocionou ao falar do pai, que faleceu em 2014, e sobre como não consegue mais voltar ao personagem que marcou a sua infância.

Deodato também lembrou como ingressou no mercado internacional. "Eu tinha três empregos, em dois jornais e em uma agência de publicidade, quando comecei a finalizar páginas. Me pagavam 15 dólares por página. Com o tempo, a soma que eles pagavam era maior do que os outros somados e eu fui deixando eles um a um", relembra. Ele diz que a sensação de felicidade que tinha na época, por fazer algo que ele realmente gostava, não se repetiu até hoje.

"Quem faz quadrinhos faz porque ama, porque não paga tão bem quanto outras mídias de desenho, como as pessoas que fazem storyboard", disse o artista.

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Fonte: Redação Terra
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