PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

‘Aves de Rapina’ acerta com Margot, mas desanima com enredo

Spin-off de ‘Esquadrão Suicida’ mantém potência da Arlequina de Margot Robbie, com amoralidade e humor de personagem, mas trama não engaja

6 fev 2020 - 09h30
Compartilhar
Exibir comentários

É quase impossível desassociar Margot Robbie de Arlequina. Percebam como essa simbiose é impressionante. Em um ano que estrela aparece em filmes enaltecidos pela crítica, como o Era Uma Vez Em… Hollywood de Tarantino, ou O Escândalo de Jay Roach, que lhe rendeu uma indicação ao Oscar na categoria de Melhor Atriz Coadjuvante, Robbie se reafirma como uma atriz versátil. Ela sabe deixar sua marca em cada personagem, mas basta basta vê-la caracterizada como a anti-heroína justiceira para reascender essa conexão e relembrar toda a narrativa da personagem. 

Margot Robbie como Arlequina em 'Aves de Rapina' (2020)
Margot Robbie como Arlequina em 'Aves de Rapina' (2020)
Foto: IMDB / Reprodução

Reprisar o papel, cuja interpretação, diga-se de passagem, foi um dos pontos altos de Esquadrão Suicida, era um sonho para a artista. O projeto de 2016 não correspondeu às expectativas, mas Robbie entregou as melhores sequências do longa. Não estávamos prontos para dizer adeus. E nem ela. “Eu realmente queria contar essa história pelo ponto de vista dela”, disse a atriz na CCXP, em São Paulo, em 2019.

Por isso, a Arlequina de Margot Robbie merecia um filme mais vibrante que Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa. (E nós também). 

No spin-off de Cathy Yan, Arlequina está solteira. Após o fim do seu relacionamento com Coringa, a personagem de Margot Robbie enfrenta, brevemente, os estágios de luto desse término. E para as telonas, foi interessante como isso foi traduzido com a narração nada confiável da personagem principal, que mostra uma desconexão entre a locução dos acontecimentos e o que de fato acontece. 

Sem a proteção de Coringa, Arlequina vira alvo fácil. Com Roman Sionis, papel de Ewan McGregor, como seu principal rival, a justiceira é capturada e consegue escapar da morte ao se oferecer para resgatar um diamante para o vilão, em posse de uma jovem chamada Cass, uma especialista em pequenos furtos. É então que os caminhos de Arlequina, Caçadora (Mary Elizabeth Winstead), Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell) e Renee Montoya (Rosie Perez) se cruzam, e esse quarteto tem que se unir para enfrentar o Máscara Negra. Arlequina pode estar solteira, mas não está só.

Pontos altos x não tão altos assim

Indiscutivelmente, Margot Robbie é o ponto alto do filme. As suas sequências de ação têm lutas interessantes e a sua moral às avessas dão o humor característico da personagem. Mas a história não é instigante. Não é um filme ruim, mas também não é excepcional, não engaja. Os diálogos parecem se prolongar demais em alguns trechos e não há motivo nenhum para a história não ser contada linearmente. Uma perda para o narrador não confiável, que agrega muito na história. 

O filme pode ser caracterizado com um longa de história de origem, que geralmente ligam-se à tramas maiores, se pensarmos na lógica Marvel. Somos apresentados aos personagens que, posteriormente, formarão o Aves de Rapina, um grupo justiceiro de mulheres que conquistaram a sua emancipação, seja de empregos que não a valorizavam, de relacionamentos abusivos ou de vinganças que a aprisionavam.  Filmes com esse escopo são um acerto na construção de narrativas com a abertura de espaço para mais filmes, solo ou não. São essenciais para se compreender o todo, construir clímax e fidelizar espectadores. No entanto, Aves de Rapina não parece deixar espaço para continuação. O longa tem enredo que se completa em si próprio. Mas, mesmo assim, parece que falta algo. 

Aves de Rapina estreia no dia 6 de fevereiro. 

Veja também:

Aves de Rapina Trailer Original (2):
Fonte: Redação Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade