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Criolo revela nunca ter curtido bloquinhos de carnaval e projeta estreia: 'Emoção vai bater forte'

Artista é um dos convidados do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, de São Paulo

16 jan 2024 - 05h00
(atualizado às 07h22)
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Resumo
O Baixo Augusta, que acontecerá em 4 de fevereiro, é um bloco de rua em São Paulo, com o tema "Resiste Amor em SP" e cheio de artistas, como Criolo, Wilson Simoninha e Fafá de Belém, que celebra a existência e o fato de ocupar os espaços.
Criolo revela nunca ter ido em bloquinhos de Carnaval e fala sobre primeiro show no Baixo Augusta:

“Isso sempre foi muito distante para mim. Essa relação de entender a importância de você festejar a sua vida, sua existência”, disse Criolo, um dos convidados do bloco Acadêmicos do Baixo Augusta, que acontece no dia 4 de fevereiro, em São Paulo. O tema deste ano será Resiste Amor em SP, referência à música Não Existe Amor Em SP, do artista. Em entrevista ao Terra, o cantor explicou o sentimento de se apresentar pela primeira vez no evento, e contou que nunca teve o costume de pular carnaval.

Criolo conhece várias pessoas envolvidas com o Baixo Augusta, antes mesmo da criação do bloco, em 2009, e enalteceu o grupo que 'fomenta a cultura em São Paulo'. “Esse grupo, cada vez maior, entendeu que ocupar as ruas naquele período era importante porque aquilo trazia um significado para além dos festejos da época do ano. Trazer mensagens, histórias, recuperar outras formas de como ocupar esse espaço que é nosso, que é a rua."

Criolo
Criolo
Foto: Reprodução Instagram

“A emoção vai bater muito forte, porque São Paulo é uma cidade muito dura. O Brasil é um lugar muito hostil, muito difícil. Então, que a gente possa, nesse momento, ser trilha sonora de uma alegria, de uma felicidade, de um bom sentimento para as pessoas”, afirmou o artista, que está ansioso pela sua estreia. 

Wilson Simoninha será puxador e diretor musical do Baixo Augusta. Fafá de Belém, a Madrinha Tulipa Ruiz, e a primeira Madrinha, Marisa Orth, serão algumas das estrelas que estarão no bloco com Criolo. Por isso, o músico frisou que a apresentação não é um momento dele, mas sim uma contribuição para um todo, já que existe um “mosaico” muito maior desenhado pelo Baixo Augusta: “Tem muitas camadas de preocupações e de coisas que eu percebo que eles querem mais uma vez estar desenvolvendo na cidade. Um grande momento do povo, é para o povo, e o povo é um tanto de tudo.”

Foto: Reprodução Instagram

Distância do Carnaval e importância dos blocos

Filho de pais cearenses e crescido no bairro de Grajaú, em São Paulo, Criolo contou que nunca conseguiu festejar o carnaval, já que a rotina dele e da família, assim como grande parte da população brasileira, sempre foi de muito trabalho. “Cresci no extremo sul da Zona Sul de São Paulo, extremamente isolado, vivendo essa situação de cidade dormitória. Acaba que você é isolado e não existe tempo para lazer, alegria, sorriso. A vida se deu assim”, relembrou.

Comemorar algo parecia estranho para o artista. Porém, para ele, hoje é importante entender a importância das pessoas ocuparem a rua, e de como celebrar a vida e estar ao lado de pessoas queridas fazem bem para a saúde física e mental.

Criolo explicou que demorou 40 anos de sua vida para entender que é possível sorrir e ocupar espaços, mas ele acredita que movimentações como os blocos de rua acontecem, justamente, para as pessoas questionarem as cidades sobre diversas questões. “Isso me toca. É mais ou menos por aí que começa esse ‘desenho’ de aproximação de uma movimentação artístico-cultural, mas que vem de pessoas que já movem outras situações na cidade", analisou.

“O nosso Carnaval tem muitos sabores, cores e temperaturas diferentes. Essa escola, essa alegoria do trabalhador brasileiro desfila 12 meses. Entender a raiz disso tudo, que povo construiu isso. O povo preto brasileiro com essa mistura de vários cantos do Brasil. Acho que esse é um grande lance”, disse o rapper. Ele ainda espera que os dias de comemoração sejam para as pessoas entenderem que o que elas têm de mais importante é a vida.

Criolo
Criolo
Foto: Reprodução Instagram

"Resiste Amor em SP"

“O que é se sentir pertencente da cidade? O que é você se permitir celebrar a sua existência? Sendo que acordamos em uma realidade maçante, dura, de cidades dormitório. Nós existimos para servir alguém [...] Essa relação de celebrar a cidade, a nossa existência, de entender que existe um algo mais para além de bater cartão, eu acho que isso entra nessa frase”, disse Criolo sobre a adaptação do tema do Baixo Augusta para Resiste Amor em SP.

Para o artista, é uma resistência do quanto São Paulo ainda tem para caminhar e olhar “com carinho” para todos os territórios e para o povo, espalhado, sobretudo, nas periferias. “Uma resistência desse amor que temos pela cidade [...] A gente tem de pensar no que é a cidade, o quanto a cultura e a arte são realmente um lugar para a gente acolher nossos pensamentos e nossas indagações”, argumentou.

Diversidade musical

Apesar de ser rapper, Criolo acredita que o resgate das raízes culturais da música é importante, já que o carnaval é uma “agenda” para o povo celebrar, e o povo gosta de tudo. “Temos de manter viva toda a história de música do Brasil. O porquê de cada marchinha, o porquê de cada samba, o que é um samba rural, por que existem marchinhas. É um grande momento das pessoas terem contato com essas canções dos anos 30, 40, 50, 60, 70, que trazem tanto de uma história regional do Brasil.”

Para ele, o carnaval serve para que as pessoas tenham esse contato com as raízes de maneira alegre e festiva, junto com as músicas contemporâneas. “Um jeito simpático, singelo de abraçar a todos", diz. 

Além disso, Criolo fez mistério sobre como será a sua apresentação na celebração. “Será que eu vou cantar rap? Será que não? Será que eu vou cantar samba? Será que eu vou cantar forró? Será que eu vou cantar maxixe? Xaxado? Coco? Eu não sei. Mas eu sei que o que aconteceu, eu estou lá por inteiro”, prometeu.

“A gente está louco para fazer essa trilha sonora da sua alegria para que o ano inteiro seja menos doloroso, mais gostoso, que a cidade seja mais cordial com quem é o verdadeiro dono dessa cidade, mas não tem posse desse poder [...] Que a gente possa ser uma trilha sonora de um bom momento para todas as pessoas que visitarem, não só o Baixo Augusta, porque é um todo que movimenta a cidade”, completou. 

Fonte: Redação Terra
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