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Mangueira: conheça a história da escola de samba verde rosa

Conheça a história da Mangueira, a famosa verde e rosa e uma das mais tradicionais e populares escolas de samba do Brasil

26 jan 2024 - 13h20
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Resumo
A Estação Primeira de Mangueira foi fundada em 1928, no Terreiro de Tia Fé, localizado no Morro da Mangueira; Cartola, um dos mais populares e admirados compositores brasileiros, teve um papel fundamental na fundação da escola; A Mangueira foi campeã do Carnaval carioca 20 vezes desde sua primeira participação, em 1932.
Desfile da Mangueira no Carnaval de 2022
Desfile da Mangueira no Carnaval de 2022
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

"Atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu". As palavras, vindas de um dos samba-enredos mais famosos da Estação Primeira de Mangueira, resumem bem a relação que a escola tem com os brasileiros.

Homenageada em canções de artistas como Tom Jobim, Chico Buarque, Nelson Cavaquinho e até mesmo Paulinho da Viola, conhecido por seu amor pela Portela, outra famosa agremiação do Carnaval carioca, a Mangueira é uma das mais tradicionais e populares escolas de samba do Brasil, que reúne admiradores no país inteiro com seu verde e rosa.

Detentora de 20 títulos de campeã no Carnaval do Rio de Janeiro, a Mangueira é uma escola de samba fundada em 1928 e teve alguns feitos marcantes em seus 95 anos: foi a primeira a criar uma ala de compositores e tem a tradição de, desde sua fundação, ter uma única marcação em sua bateria — feita pelo surdo, que faz parte de seu símbolo.

Quando foi fundada a escola de samba Mangueira?

A escola de samba Mangueira teve origem no Morro da Mangueira, que depois foi rebatizado de bairro da Mangueira, localizado na Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro.

No Morro da Mangueira, era comum que acontecessem manifestações culturais e religiosas feitas pelas populações africanas, já que lá era o lar de muitos escravos alforriados e seus descendentes.

Algumas casas serviam como templos religiosos para cerimônias de candomblé, como era o caso do terreiro de Tia Fé — apelido de Benedita de Oliveira —, onde, depois das cerimônias, eram realizadas também cantorias e batucadas para o entretenimento dos moradores.

No início da década de 20, os blocos de carnaval haviam tomado conta do morro e um se destacava: o Bloco dos Arengueiros, um bloco carnavalesco formado por sambistas "arruaceiros " da região que se tornou popular e passou a ser convidado para participar de outros blocos do Morro da Mangueira.

Herdeira dos blocos de carnaval que haviam tomado o morro no início da década, a Mangueira foi fundada por participantes do Bloco dos Arengueiros que propuseram a união entre seu bloco e outros populares no Morro para formar uma só escola.

Foi assim que, no Terreiro de Tia Fé, em 28 de abril de 1928, a escola de samba Estação Primeira de Mangueira foi fundada. 

Quem foram os fundadores da escola de samba Mangueira?

Na lista de fundadores da Mangueira constam:

  • Cartola;
  • Carlos Cachaça;
  • Zé Espinguela;
  • Saturnino Gonçalves;
  • Euclides Roberto dos Santos (Seu Euclides);
  • Marcelino José Claudino (Maçu da Mangueira);
  • Pedro Caim (Paquetá);
  • Abelardo da Bolinha.

Cartola, o famoso sambista, foi responsável por nomear a escola e escrever o que seria considerado o seu primeiro samba. "Chega de Demanda" é uma música na qual Cartola pede pela união de todos os blocos do Morro da Mangueira, na qual ele canta: "Chega de demanda/Chega/Com este time temos que ganhar/Somos da Estação Primeira/Salve o Morro de Mangueira".

Qual a cor da escola de samba Mangueira?

A Mangueira é famosa por ser a escola verde e rosa. As cores, assim como o nome, foram escolhidas por Cartola, em uma referência ao Rancho do Arrepiado de Laranjeiras.

Como símbolo, a Mangueira leva o surdo — um tipo de tambor que é usado em sua bateria — cercado de ramos de louro e coroado, em uma referência à escola ser considerada a "rainha do samba".

Já a bandeira da Mangueira tem suas cores verde e rosa distribuídas em dezesseis raios. O símbolo da escola fica no centro da bandeira, em cima de um octogono verde, onde também é escrito 1928, ano de fundação da escola, e é desenhada uma faixa com o nome oficial da agremiação, G.R.E.S. Estação Primeira de Mangueira.

A bandeira também leva vinte estrelas douradas bordadas, cada uma representando uma vitória que a escola teve na Marquês de Sapucaí, sendo uma delas maior do que as outras para representar a vitória no supercampeonato do Carnaval de 1984.

Onde fica a escola de samba Mangueira?

A Estação Primeira de Mangueira fica no bairro da Mangueira, no Rio de Janeiro. Sua primeira sede foi na Travessa Saião Lobato, número 7, no Buraco Quente.

Atualmente, a quadra está localizada na Rua Visconde de Niterói, 1072, no Rio.

Quais foram os principais sambistas da Mangueira?

A escola de samba Mangueira é casa de grandes sambistas que são reconhecidos por todo o país.

Entre alguns dos principais nomes estão:

  • Jamelão;
  • Jurandir da Mangueira;
  • Luizito;
  • Rixxah;
  • Zé Paulo Sierra;
  • Ciganerey;
  • Agnaldo Amaral;
  • Marquinho Art'Samba.
Mangueira no Desfile das Campeãs do Carnaval 2019
Mangueira no Desfile das Campeãs do Carnaval 2019
Foto: Tomaz Silva / Agência Brasil

Quais foram os títulos da Mangueira?

Durante seus 95 anos de vida, a Mangueira conquistou 20 títulos de campeã no Carnaval carioca.

Além disso, a escola foi vice-campeã do carnaval do Rio de Janeiro 19 vezes (1935, 1936, 1939, 1941, 1943, 1944, 1945, 1946, 1947, 1955, 1963, 1966, 1969, 1972, 1975, 1976, 1978, 1988 e 2003).

Entre as maiores campeãs do Carnaval do Rio de Janeiro, a Mangueira está atrás apenas da Portela.

Título de 1932

Em 1932, a Mangueira foi campeã do carnaval carioca com o samba-enredo "Sorrindo Ou Na Floresta".

Título de 1933

Em seu segundo ano seguido vencendo o campeonato carioca de carnaval, a Mangueira apresentou o samba-enredo "Uma segunda-feira no Bonfim da Bahia" , tendo como carnavalescos Pedro Palheta e Maçu da Mangueira.

Título de 1934

Em 1934, a Mangueira venceu o Carnaval carioca com o samba-enredo "Divina dama - República da orgia".

Título de 1940

O título de campeã do Carnaval de 1940 foi conquistado com o samba-enredo "Prantos, pretos e poetas". O carnavalesco do ano foi Sr. Armando, responsável pelos desfiles da escola desde 1938.

Título de 1949

No ano de 1949, a Mangueira conquistou o título de campeã com o samba-enredo "Apologia aos mestres", escrito por Alfredo Português e Nelson Sargento.

Título de 1950

Em sua segunda vitória seguida, a Mangueira conquistou o título com o samba-enredo "Plano SALTE - Saúde, lavoura, transporte e educação", também escrito por Alfredo Português e Nelson Sargento.

Título de 1954

Composto por Cícero dos Santos e Pelado da Mangueira, o samba-enredo vencedor do Carnaval de 1954 foi "Rio de Janeiro de ontem e de hoje".

Título de 1960

De autoria de Cícero dos Santos, Hélio Turco e Pelado, o samba-enredo "Carnaval de todos os tempos" foi o vencedor do carnaval de 1960. O desfile foi de responsabilidade dos carnavalescos Roberto Paulino e Darque Dias Moreira.

Título de 1961

1961 foi mais um ano de vitória de um samba-enredo de Cícero dos Santos, Hélio Turco e Pelado e desfile criado por Roberto Paulino e Darque Dias Moreira: "Reminiscências do Rio antigo" deu o título de bicampeã para a Mangueira.

Título de 1967

Em 1967, o samba-enredo "O mundo encantado de Monteiro Lobato", em homenagem ao famoso autor de O Sítio do Pica Pau Amarelo, deu o título para a Mangueira. A música foi composta por Batista da Mangueira, Darcy da Mangueira e Luiz, enquanto o desfile foi de responsabilidade do carnavalesco Júlio Mattos.

Título de 1968

"Samba, festa de um povo" foi o samba-enredo campeão do Carnaval de 1968. Composto por Batista da Mangueira, Darcy da Mangueira, Dico e Hélio Turco, o desfile foi criado por Júlio Mattos.

Título de 1973

"Lendas do Abaeté", escrito por Jajá, Manuel e Preto Rico, foi o samba-enredo que deu o título para a Mangueira no Carnaval de 1973. Mais uma vez, Julio Mattos foi o carnavalesco.

Título de 1984

Em 1984, a Mangueira foi duplamente campeã: com o samba-enredo "Yes, Nós Temos Braguinha", de Arroz, Comprido, Hélio Turco, Jajá e Jurandir, a escola de samba conquistou o campeonato do grupo 1A e, depois, venceu o Supercampeonato, organizado para comemorar a inauguração da Marquês de Sapucaí.

Max Lopes foi o carnavalesco responsável pelo desfile.

Título de 1986

O samba-enredo de 1986 foi uma homenagem à Dorival Caymmi: "Caymmi mostra ao mundo o que a Bahia e a Mangueira têm" foi escrito por Ivo Meirelles, Lula e Paulinho. Júlio Mattos cuidou do desfile pela primeira vez desde 1979.

Título de 1987

Em mais um bicampeonato e mais um desfile organizado por Julio Mattos, a Mangueira homenageou Carlos Drummond de Andrade com o samba-enredo "No reino das palavras, Carlos Drummond de Andrade", de Bira do Ponto, Rody e Verinha.

Título de 1998

Em 1998, foi a vez de Chico Buarque ser homenageado: com desfile de Alexandre Louzada, o samba-enredo "Chico Buarque da Mangueira", de Carlinhos das Camisas, Nelson Csipai, Nelson Dalla Rosa e Herivaldo Martins Vilas Boas, foi o campeão do Carnaval daquele ano.

Título de 2002

Em 2002, Max Lopes voltou a ser o carnavalesco da Mangueira e o samba-enredo "Brazil com 'Z' é pra cabra da peste, Brasil com 'S' é nação do Nordeste", composto por  Amendoim e Lequinho, foi o campeão do Carnaval carioca.

Título de 2016

A Mangueira decidiu homenagear Maria Bethânia em 2016. Dessa forma, o samba-enredo "Maria Bethânia: A Menina dos Olhos de Oyá",  Alemão do Cavaco, Almyr, Cadu, Lacyr D Mangueira, Paulinho Bandolim e Renan Brandão, e com desfile comandado pelo carnavalesco Leandro Vieira venceu o Carnaval 2016 do Rio de Janeiro.

Título de 2019

Em 2019, a Mangueira foi campeã do Carnaval carioca com "História pra ninar gente grande", samba-enredo composto por Deivid Domênico, Tomaz Miranda, Mama, Marcio Bola, Ronie Oliveira, Danilo Firmino, Manu da Cuíca e Luiz Carlos Máximo.

Qual o samba enredo da Mangueira em 2024?

Em 2024, a Mangueira levará para a Sapucaí o samba-enredo "A Negra Voz do Amanhã", composto por Lequinho, Junior Fionda, Gabriel Machado, Fadico, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim. Os carnavalescos responsáveis pelo desfile deste ano são Annik Salmon e Guilherme Estevão.

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Fonte: Redação Terra
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