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"Já estou com insônia", diz apresentadora da Globo sobre o Carnaval

Michelle Barros, apresentadora da transmissão do carnaval de SP na TV Globo, conversou com o Terra sobre a preparação para os dias da festa

22 abr 2022 - 05h00
(atualizado em 23/4/2022 às 09h53)
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Após 2 anos de hiato, o Carnaval das escolas de samba de São Paulo e do Rio de Janeiro está de volta. As noites de transmissão pela TV Globo serão comandadas, em SP, por Michelle Barros e Chico Pinheiro, os dois apresentarão os desfiles das 14 escolas que passarão pelo sambódromo do Anhembi, zona norte de São Paulo, nas noites de sexta, 22, e sábado, 23.

A apresentadora Michelle Barros irá para o seu segundo ano no comando da cobertura dos desfiles para a TV Globo, no entanto, a apresentadora diz que sua relação com as escolas em SP vem de longe: "desde que cheguei a Globo em SP, há 12 anos, já fui fazer o Carnaval das escolas de samba. Eu tenho um carinho muito grande, realmente me apaixonei e fui tomada pela comunidade do samba em São Paulo."

Os desfiles do grupo especial de São Paulo e do Rio de Janeiro acontecerão, excepcionalmente este ano, nos mesmos dias. Portanto, as transmissões da TV Globo serão divididas, o Carnaval do Rio de Janeiro será transmitido para todo o Brasil, exceto São Paulo, que ficará com os desfiles das escolas da capital paulista. "Não restou muita alternativa, é uma pena que não dê para todo mundo acompanhar todas as transmissões ao vivo, mas o mais importante é que o Carnaval está acontecendo", comentou a apresentadora

"Já estou com insônia", diz apresentadora da Globo sobre o carnaval
"Já estou com insônia", diz apresentadora da Globo sobre o carnaval
Foto: Maurício Fidalgo / TV Globo

.A espera de 2 anos e o adiamento dos desfiles deixaram Michelle Barros mais ansiosa que o normal, ela conta que enxerga a festa deste ano como o "Carnaval da retomada". "Estou muito na expectativa, como as pessoas das escolas e a própria Liga estão dizendo, é o Carnaval da retomada da vida, da superação, desse retorno", completa.

Confira na íntegra a entrevista que Michelle Barros, apresentadora da TV Globo, deu ao Terra:

Terra: Como você se adapta ao fuso horário do Carnaval?

Michelle: Eu não faço adaptação para o Carnaval, mas, nas semanas que antecedem os desfiles, eu fico dedicada apenas ao Carnaval. Então eu tenho meus compromissos pessoais, mas fico trabalhando nas informações que vou levar à avenida. Nós fazemos visitas às escolas e elas acontecem em horários diferentes, às vezes, na parte da manhã e, em alguns casos, na parte da tarde. Inclusive, eu terminei a minha pesquisa hoje, dois dias antes do Carnaval. Mas quando chega a sexta-feira, o 1º dia dos desfiles, eu tomo um energético, mais café e viro a noite. Eu faço assim, não há uma grande preparação.  

Terra: O que muda na sua rotina durante o Carnaval?

Michelle: Na sexta-feira eu passo o dia mais quieta, falando menos, pois são 7 horas de transmissão em que preciso estar bem. Faço a minha maquiagem, chego ao estúdio Globeleza e fico esperando a hora de entrar concentrada. A nossa transmissão vai até as 07h da manhã, após o fim, pegamos o carro para casa, onde tomo um banho demorado para tirar toda a produção e durmo. Depois que acordo, fico bem quieta, sem falar muito, apenas faço o exercício de fono para me preparar para o 2º dia. A concentração passa para as narrativas das 7 escolas do sábado e o processo do 1º dia se repete. Eu guardo toda a minha energia para o momento da transmissão.  

Terra: Você citou o trabalho de pesquisa para a transmissão do Carnaval, qual o tamanho deste material?

Michelle: Quando visitamos os barracões, um time de produção nos acompanha, eles produzem o que chamamos de book de transmissão. Esse material tem as informações que as escolas passam, como fotos das alegorias, das fantasias de cada ala. Esse material todo o grupo de transmissão recebe. Eu quando vou às escolas de samba procuro anotar ou gravar todas as conversas que tenho com os carnavalescos, mestres de bateria ou pessoas da comunidade. Depois eu transcrevo tudo isso e vou separando de acordo com a ordem das escolas. Por exemplo, primeiro eu vou ter que dar uma ideia geral do enredo, algo que o carnavalesco me contou, então uso alguma fala dele na transmissão. Depois disso vou avançando com a comissão de frente, o abre-alas e assim vai com o resto da escola. Cada enredo é uma história sendo contada, é uma narrativa. Cada um deles traz um aspecto histórico, um dado cultural ou alguma notícia que chamou a atenção durante o ano, então eu também faço uma pesquisa com esses fatos para pincelar durante a transmissão. É um volume de trabalho bem grande, como não tenho uma memória muito boa, prefiro ter tudo anotado e a informação comigo.  

Terra: Qual é a expectativa para retornar ao Carnaval depois de dois anos?  

Michelle: Eu estou com o coração aceleradíssimo, estou contando as horas e já estou com insônia, inclusive. Mas eu tenho certeza que a minha ansiedade não é maior do que a dos componentes das escolas, certamente, porque a vida deles é aquilo. Estou muito na expectativa, como as pessoas das escolas e a própria Liga estão dizendo, é o Carnaval da retomada da vida, da superação, desse retorno. É um passo que se dá para dizer ‘ok, já passamos, a gente pode seguir a vida e a gente pode festejar o que é pra festejar, celebrar o que tem que ser celebrado’. É o samba dando mais esse grito de superação, sendo essa manifestação cultural brasileira.

Terra: Qual a sua relação com o Carnaval? Você tem alguma escola do coração?

Michelle: Olha, eu torço para todas as escolas, pois eu tenho amigos queridos em todas elas. E quando você entende a paixão daquelas pessoas, daquelas comunidades por aquilo que eles fazem, porque aquilo não é só um trabalho dos 55 ou 60 min da passagem pela avenida. É o trabalho de um ano, as pessoas vivem daquilo. Eu sou de Maceió e desde pequena brinco Carnaval em blocos de rua, também já vivi carnavais no Recife, em Olinda e em Salvador. Mas desde que cheguei a Globo em São Paulo, há 12 anos, já fui fazer o Carnaval das escolas de samba. Eu tenho um carinho muito grande, realmente me apaixonei e fui tomada pela comunidade do samba.

Terra: Você acha ruim os desfiles de SP e Rio acontecerem no mesmo dia?

Michelle: É um Carnaval atípico, não dava para realizar os desfiles na data original por conta dos números da pandemia. Acho que a decisão pelo adiamento foi cautelosa e acertada. Diante disso, não restou muita alternativa, é uma pena que não dê para todo mundo acompanhar todas as transmissões ao vivo, mas o mais importante é que o Carnaval está acontecendo. Acho que devemos enxergar como um momento de superação e também festejar a volta da festa.

Terra: Você tem medo de virar meme por cometer alguma gafe ao vivo ou leva tudo na brincadeira?

Michelle: Todo profissional que se preze tem que ter esse receio, é uma preocupação constante. Mas o Carnaval é um momento leve, de descontração, é cultura popular e o momento para celebrarmos. Isso é importante que seja dito. Mas, enquanto apresentadora, tenho a missão de tentar decodificar o enredo, a mensagem que a escola está querendo passar. O meu cuidado em relação a essa informação é constante, pois chega uma hora que o cansaço começa a bater mais forte, é um fato. Nessa hora você tem que buscar as suas últimas energias para terminar o trabalho de forma íntegra. É um exercício constante com fonoaudióloga e, como eu disse, ficar muito quieta e concentrada nos dias da transmissão do Carnaval.

Fonte: Redação Terra
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