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Miriam Freeland abre o coração ao falar de fama: 'Esse mundo deslumbrado não me interessa'

Em entrevista à CARAS Brasil, Miriam Freeland fala sobre fazer arte com significado e comenta relação com o espetáculo 'Diário de Pilar na Amazônia'

18 abr 2025 - 11h31
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A atriz Miriam Freeland
A atriz Miriam Freeland
Foto: Divulgação/Mariana Gama / Caras Brasil

Miriam Freeland (46), atriz que ficou conhecida pelo grande público após viver Candoca no sucesso O Cravo e a Rosa (2000), está em cartaz no Rio de Janeiro com o espetáculo Diário de Pilar na Amazônia até o próximo domingo, 20. Vivendo em Portugal com a família, a artista encara projetos no Brasil e no exterior como atriz e produtora. Em entrevista à CARAS Brasil, Miriam revela desejo de fazer arte com significado e abre o coração ao falar de fama: "Esse mundo deslumbrado não me interessa", declara.

Desejo de "esperançar"

Miriam Freeland está em cartaz com Diário de Pilar na Amazônia, espetáculo que protagoniza e produz ao lado do marido, Roberto Bomtempo (61). Baseada nos livros de Flávia Lins e Silva (54), a peça é fruto de uma jornada que começou em 2018 com Diário de Pilar na Grécia e que continua viva através da adaptação para o universo amazônico. "Fazer Pilar é sempre uma motivação", afirma.

Segundo Miriam, o desejo de manter o projeto pulsante é constante: "Agora a gente quer mesmo fazer mais uma, mais outra, mais outra". Levar a Amazônia ao palco, porém, não foi tarefa simples: a atriz conta que a equipe buscou criar uma imersão sensorial com beleza e encantamento, fugindo de representações óbvias. "Tornar essa experiência teatral crível, encantadora e, ao mesmo tempo, mostrar o perigo do desmatamento. Esse foi o grande desafio", explica.

A montagem traz uma Amazônia viva e mítica, onde Pilar, uma menina destemida, viaja com os amigos para investigar a devastação da floresta. O visual é marcado por cenários inspirados nas ilustrações dos livros, música original e personagens da cultura indígena. Para Miriam, a peça busca tocar o público infantil sem perder de vista os adultos: "A gente não queria aquele adulto vendo WhatsApp no meio do espetáculo. Queríamos que ele também se encantasse e se transformasse com a história".

A atriz ressalta que o espetáculo tem o objetivo de "esperançar" — conceito que, para ela, envolve sensibilizar o público urbano e reconectar crianças e adultos com a natureza. "Se a gente consegue abrir algum canal de percepção diante de uma árvore que a criança vê todo dia e ignora, isso já vale", diz. A busca por encantar e provocar reflexões profundas revela uma característica recorrente nas escolhas artísticas de Miriam. "Nada do que a gente produziu foi só entretenimento. Sempre teve algo a mais, algo com alma", destaca. 

Arte sem fronteiras

Vivendo entre Brasil e Portugal há quase cinco anos, Miriam constrói pontes entre os dois países com projetos autorais e colaborações. A escolha de atravessar o Atlântico não significa abandonar o país de origem, mas sim expandir horizontes. "A gente não deixou de trabalhar aqui. Mas também estamos trabalhando lá, com artistas portugueses e brasileiros", relata.

O intercâmbio entre as culturas tem sido, segundo ela, enriquecedor tanto no campo profissional quanto no pessoal. "Isso amplia o nosso campo de ação, como artista, mas também como pessoa e como família."

A transição, contudo, não foi deslumbrada por promessas de glamour ou idealizações. Miriam sabe que a carreira artística é feita de constância, não apenas de começos. "Manter a trajetória é o maior desafio. E eu sou muito feliz com a história que construí", declara com convicção. Ao lado do marido e parceiro criativo, ela também assumiu o papel de produtora — uma escolha que ampliou sua autonomia artística. "Meu casamento com o Roberto me tornou mais produtora ainda. Tudo foi feito com coerência. Não me arrependo de nada."

Apesar das diferenças entre os mercados culturais, Miriam acredita que seu percurso é marcado por coerência e propósito. "Foram escolhas muito claras. Tenho orgulho do caminho que trilhei e continuo trilhando", diz.

Sonhos que emocionam 

Mais do que atriz ou produtora, Miriam se entende como uma artista movida pelo encantamento. "Eu quero continuar me emocionando com o que faço para poder emocionar o público", diz. A paixão pela personagem Pilar, por exemplo, nasceu de uma leitura com a filha. "Quando li o livro Diário de Pilar na Grécia, me apaixonei por essa menina corajosa, humana, que está em busca do pai. Ela é encantadora. Foi um projeto que corri atrás. E quero que tenha longevidade".

Com 32 anos de carreira e prestes a completar 47 anos de vida, Miria destaca que não busca o estrelato pelo estrelato: "Esse mundo deslumbrado, celebrity, instagramável... não me interessa. Me interessa o trabalho, me interessam as pessoas que cruzam o meu caminho". Ela reconhece que nem todos os projetos foram sucessos de público, mas todos foram fiéis ao seu olhar artístico. "Como diz Fernanda Montenegro, são três pra um, cinco pra um. As derrotas fazem parte do crescimento."

Ao olhar para trás, Miriam encontra orgulho em sua trajetória e na menina de 12 anos que, sem ninguém da família no meio artístico, sonhou com o teatro. "Tudo que ela sonhou, eu realizei. Isso é bonito. Isso é um privilégio".

"A menina que começou tudo isso tem orgulho da mulher que sou hoje. E é isso que me move: fazer arte com significado", conclui.

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