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Rita Loureiro retrata paisagens e mitos amazônicos


Quinta, 02 de agosto de 2001, 23h19

Não dá para pensar em arte amazônica sem lembrar de Rita Loureiro. A pintora manauara passou os últimos 25 anos de sua vida retratando as paisagens, os mitos e o povo da região. O resultado dessa obsessão pode ser visto nas várias centenas de telas coloridas amontoadas em seu ateliê.

Enquanto vai mostrando seus quadros, uma imensidão de verdes, amarelos e azuis confunde a vista do visitante. Suas pinturas, sempre em óleo sobre tela, dividem-se em séries. "Acho mais fácil desse modo. Eu penso num tema e, a partir dele, começo a desenhar", explica a pintora.

Entre os vários assuntos escolhidos, Rita destaca a série "boitema", na qual distorce o espetáculo do boi-bumbá, mostrando os animais fazendo uma roda, dentro da qual as pessoas dançam. As telas do boitema foram adotadas por uma trupe amazonense, que criou uma peça de teatro baseada nelas.

Borracha. bosh e Steve Forbes

Outra série de enorme sucesso foi a da "borracha", exposta em Londres e na Alemanha em 1985. Nela, Rita pinta a história dos seringueiros explorados na virada do século. Também vale destacar a série "pecados capitais", onde figuras grotescas, inspiradas no estilo do pintor holandês Hieronymus Bosh, estampam nas telas a visão pessoal da artista sobre a vaidade, a inveja, a gula, a luxúria, a ira, a cobiça e a preguiça.

Sua série "esteiras", em que os cenários amazônicos se desenrolam na tela para surpresa dos espectadores, chamou a atenção do milionário norte-americano Steve Forbes, que estava de passagem por Manaus. "Ele gostou do 'paredão verde'", diz Rita, mostrando uma tela enorme que estampa várias árvores desenroladas de um tapete. "Mas eu não quis vendê-lo. É uma das minhas favoritas", sorri.

Chá de Tacacá

Esse jeito calmo de levar a vida rendeu à Rita Loureiro o epíteto de "excêntrica", adjetivo que ela faz questão de adotar. Assim, nunca deixa de cumprir o ritual das cinco horas da tarde, quando deixa de lado os afazeres para saborear uma generosa tigela de tacacá. "Os ingleses não têm a hora do chá? Então, eu tenho a hora do tacacá", diz.

Ela não quer chegar nem perto de um computador, confessa que não sabe entrar na Internet e só recentemente comprou um telefone. Mestre de tai-chi, a pintora mora no próprio ateliê, um casarão centenário construído no centro velho de Manaus. É ali que ela recebe os potenciais compradores de suas telas e é ali que se diverte com o "sr. louro", um papagaio de estimação.

Lembranças amazônicas

Na sala principal, repleta de bricabraques, ela mostra um paralelepípedo emborrachado que, garante, fazia parte dos que revestiam as ruas ao redor do Teatro Amazonas. "No início do século, todas as ruas ao redor do teatro eram cobertas por estes paralelepípedos emborrachados", explica.

"Isso era feito para que o barulho das carruagens não atrapalhasse os espetáculos". Segundo Rita, o paralelepípedo é herança de seu avô, o "velho Chico das Águas", que desembarcou em Manaus contratado pelos ingleses para fazer a rede de esgotos da cidade.

Entre os trabalhos mais recentes da pintora está a ilustração da edição inglesa do romance Macunaíma, publicada pela Random House. Para dar conta da empreitada, Rita passou três anos desenhando 45 quadros baseados na história surrealista de Mario de Andrade.

Ela ainda não sabe qual será sua próxima série, mas tem certeza de uma coisa: será sobre a Amazônia. "Eu nasci e cresci aqui. É isso o que eu conheço", diz.

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Reuters

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