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Nem só de floresta e índios vive a Amazônia


Quinta, 02 de agosto de 2001, 22h59

Quem chega à capital do Amazonas, no coração da maior floresta tropical do mundo, é surpreendido com uma saraivada de propaganda cultural.

Faixas espalhadas pelos quatro cantos da cidade anunciam espetáculos dos mais variados estilos, inclusive uma festa de música eletrônica na floresta. Emissoras de rádio e TV divulgam o trabalho de grupos musicais patrocinados pela prefeitura.

Cartazes com as cores do governo - vermelho, amarelo e azul -, promovendo a restauração de casarões do século 19, escondem o horizonte.

É comum encontrar nas praças da cidade arquibancadas montadas para algum espetáculo itinerante. Não se pode andar mais de dois quarteirões sem dar de cara com uma criança carregando um instrumento musical. A impressão que se tem é a de que Manaus respira cultura.

O responsável por todo esse espalhafato é o governador Amazonino Mendes (PFL-AM), que se reelegeu depois de uma campanha conturbada, repleta de denúncias envolvendo negócios escusos e enriquecimento ilícito. Amazonino montou sua plataforma em cima do sonho de transformar Manaus em um centro cultural capaz de chamar a atenção do mundo inteiro.

"Essa é a nossa única saída", explica o secretário de Cultura do Estado, Robério Braga. "Não vemos outra alternativa. Os eventos culturais vão atrair o turismo, que é o futuro da economia da região".

Ele se refere ao medo de que, com o fim da Zona Franca, o Estado do Amazonas entre em decadência. Como a floresta não gera divisas, o atual governo amazonense vê no turismo ecológico e cultural a única forma de garantir a saúde da economia regional. Para conseguir isso, utiliza todas as armas à sua disposição.

Obras pra todo lado

Nos últimos três anos, o governo desembolsou 58 milhões de reais na inauguração de teatros, revitalização de museus, restauração de prédios históricos, criação de orquestras, abertura de escolas de artes, publicação de livros e lançamentos de discos.

Construiu um bumbódromo na cidade de Parintins com capacidade para 35 mil pessoas. Também colocou o Amazonas no cenário cultural internacional, cedendo infraestrutura para festivais, feiras e viabilizando filmagens de produções estrangeiras.

"Eu tenho que reconhecer que o governo amazonense vem investindo muito na cultura, o que não deixa de ter um efeito social importante", disse o senador Jéfferson Peres (PSDB-AM), da oposição.

Embora o total de investimentos não possa ser comparado ao de grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, é, ainda assim, um passo grande para o norte do país. Para se ter uma idéia, antes da criação da Secretaria de Turismo e Cultura do Amazonas, em 1997, os investimentos na área não chegavam a um milhão de reais por mandato.

O objetivo do governo é mostrar que há muito mais no Amazonas além de árvores e índios. Que é possível passar o dia caminhando pela floresta e, de noite, trocar o uniforme cáqui pelo smoking e ouvir um concerto de Bach em um teatro centenário.

Dar aos boêmio a escolha entre varar a madrugada pulando com as toadas do boi-bumbá ou saracoteando ao ritmo dos acordes eletrônicos de uma rave. Mostrar, enfim, que Manaus não é mero apêndice do Brasil, mas uma metrópole com várias opções culturais, capazes de atrair gente de todas as cidades.

Muito barulho por nada?

Apesar de toda essa revolução, muitos artistas locais criticam a ação do governo.

"É tudo maquiagem", diz a pintora amazonense Rita Loureiro, referindo-se às centenas de andaimes que cobrem as fachadas dos casarões do século 19, no centro da cidade. "Manaus tinha um museu botânico importantíssimo, que foi largado às moscas. O mesmo destino foi reservado ao museu do índio", queixa-se a artista, cujas obras primitivistas já encantaram personalidades internacionais, como o milionário norte-americano Steve Forbes.

Retóricas politiqueiras à parte, o fato é que o esforço institucional já está mostrando resultados. Há cinco anos, por exemplo, Manaus não tinha uma única orquestra.

Hoje tem seis, inclusive a Amazonas Filarmônica, considerada uma das melhores do país. Até uma década atrás, a capital amazonense tinha apenas um teatro. Hoje tem 18 salas de espetáculo.

Até mesmo o Teatro Amazonas, cartão-postal da cidade, passou mais de 60 anos sem mostrar um espetáculo de ópera.

Recém-restaurado, ele abriga anualmente o Festival de Ópera do Amazonas, único do gênero na América Latina.

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Reuters

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