Tecido cerebral impresso em 3D cresce igual ao cérebro real
A criação de um tecido cerebral impresso em 3D que se comporta como um tecido verdadeiro abre portas para a compreensão sobre o cérebro e algumas doenças
A ideia de um tecido cerebral criado em laboratório funcionar como o cérebro real pode parecer distante da realidade, mas os cientistas da University of Wisconsin-Madison (EUA) conseguiram esse feito através da impressão 3D. Podemos obter mais detalhes das conquistas desse grupo em um novo artigo da revista Cell Stem Cell.
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Para conseguir eficácia nessa inovação científica, o grupo decidiu fugir da abordagem normalmente utilizada na impressão 3D: camadas empilhadas verticalmente (uma técnica que requer uma biotinta rígida impressa em camadas espessas) e investiu em uma camada fina com infusão de células ao lado da outra horizontalmente.
O objetivo do estudo foi criar um tecido neural em camadas, de modo que as células progenitoras neurais amadurecessem e formassem conexões dentro e entre as camadas.
O material utilizado para cumprir essa função foi um hidrogel de fibrina, e com a impressão, os neurônios formaram conexões funcionais dentro e entre as camadas — e para isso acontecer, levou apenas cinco semanas.
"Nosso tecido permanece relativamente fino e isso torna mais fácil para os neurônios obterem oxigênio e nutrientes suficientes do meio de crescimento", diz a equipe, em comunicado divulgado pela universidade. Veja, abaixo, o vídeo da reconstrução 3D do tecido cerebral:
O comunicado ainda diz que os pesquisadores tiveram êxito em sua proposta: as células puderam se comunicar umas com as outras. "Mesmo quando imprimimos diferentes células pertencentes a diferentes partes do cérebro, elas ainda eram capazes de comunicar entre si de uma forma muito especial e específica", compartilharam os pesquisadores.
Para que serve o tecido cerebral em 3D?
Mas a essa altura, é importante entender a importância do estudo. A expectativa dos autores é que esse tecido cerebral impresso em 3D possa ser usado para entender melhor determinadas doenças neurodegenerativas.
Por exemplo: estudar a sinalização entre células na síndrome de Down, além de interações entre tecidos saudáveis e tecidos afetados pelo Alzheimer, torna o cérebro em 3D um aliado no combate contra essas condições.
Com essa compreensão em mãos, o tecido cerebral em 3D pode futuramente ajudar a testar novos candidatos a medicamentos ou até mesmo observar o crescimento do cérebro de uma maneira muito mais profunda. Ainda é um órgão muito enigmático, com frequentes descobertas, então quanto mais se entende a complexidade do cérebro, mais avançada a ciência está.
Fonte: Cell Stem Cell, University of Wisconsin-Madison
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