Privacidade digital em 2025: como proteger seus dados contra o rastreamento online
Especialistas apontam os riscos mais comuns e explicam como navegar com mais segurança na internet
Com o avanço das tecnologias de rastreamento digital, proteger dados pessoais na internet se tornou uma tarefa mais complexa em 2025. Embora ferramentas de privacidade estejam cada vez mais acessíveis, muitos usuários ainda não sabem como identificar práticas abusivas nem como configurar seus dispositivos para limitar a coleta de informações.
O ambiente online está repleto de práticas que visam coletar, armazenar e compartilhar dados pessoais com fins comerciais, muitas vezes sem o consentimento real do usuário. Diante desse cenário, entender como funcionam os principais mecanismos de rastreamento e conhecer as ferramentas disponíveis para se defender tornou-se essencial.
A seguir, confira as dúvidas mais comuns sobre privacidade digital.
Como saber quais aplicativos estão coletando seus dados?
O primeiro passo para entender se seus dados estão sendo coletados por aplicativos é ler os termos de uso e políticas de privacidade. "O usuário consegue encontrar quais dados são coletados e quais são compartilhados com instituições terceiras", afirma Guilherme Tafelli, head de produtos da Portão 3 (P3), fintech especializada na gestão de pagamentos corporativos.
Para Jaime Taboada, CEO da Divibank, o desafio é maior este ano. "Muitas permissões são solicitadas de forma opaca e frequentemente aceitas sem reflexão", alerta. Ele recomenda verificar manualmente, nas configurações do Android ou iOS, quais apps têm acesso à câmera, microfone, localização e contatos.
"Um ponto essencial é avaliar se essas permissões fazem sentido em relação à função do aplicativo. Por exemplo, se um jogo casual solicita acesso à sua câmera ou microfone, isso pode ser um forte indicativo de coleta de dados indevida", explica Taboada.
Ferramentas como Exodus Privacy e AppCensus ajudam a identificar rastreadores e SDKs de publicidade (kits usados por desenvolvedores para adicionar funções a apps, como login ou anúncios). O CEO ainda sugere monitorar o tráfego de rede com apps como GlassWire e ficar atento ao consumo anormal de dados e bateria, possíveis sinais de coleta em segundo plano.
Navegadores com foco em privacidade: quais são as melhores opções?
Ao buscar mais privacidade durante a navegação, a escolha do navegador é decisiva. "Brave, Tor Browser e Firefox", lista Tafelli, da P3, como as melhores opções para quem deseja reduzir o rastreamento online.
Taboada compartilha a mesma opinião. "Com o crescimento do rastreamento online em 2025, os navegadores com foco em privacidade se tornaram ferramentas essenciais", afirma. Ele próprio utiliza o Brave, que já vem com bloqueadores de rastreadores e anúncios ativados por padrão.
"O Tor Browser continua sendo o mais robusto quando o assunto é anonimato, roteando seu tráfego por múltiplas camadas criptografadas", detalha Taboada. Ele também elogia o Firefox, especialmente com configurações de privacidade ativadas, como bloqueio de fingerprinting e cookies de terceiros. Para usuários que preferem navegadores como Safari e Edge, ele alerta que esses também têm avançado, embora com políticas menos radicais.
O que são cookies e como limitar o rastreamento online?
Cookies são um dos mecanismos mais comuns de rastreamento. "O aceite de cookies tem como objetivo principal obter o consentimento do usuário para que um site possa armazenar e acessar informações no navegador dele", explica Tafelli.
Segundo ele, esses dados ajudam a entender o comportamento do usuário e personalizar sua experiência em um site. No entanto, muitos desses cookies também alimentam sistemas de publicidade e marketing digital.
Para Taboada, limitar o rastreamento envolve ações concretas. "Bloquear ou restringir cookies de terceiros diretamente nas configurações do navegador é essencial", afirma. Ele recomenda navegadores que já bloqueiam esses cookies automaticamente, como Brave, Firefox e Safari, além do uso de extensões como Privacy Badger ou uBlock Origin. "Limpar regularmente os cookies e evitar clicar em banners que autorizam rastreadores sem distinção também são práticas recomendadas", diz.
Vale a pena usar VPNs gratuitas ou pagas?
VPNs são ferramentas úteis para mascarar o tráfego online e proteger a privacidade do usuário, mas há uma grande diferença entre as versões pagas e gratuitas. "As pagas oferecem criptografia de ponta, não coletam dados e não compartilham com empresas terceiras. No caso da gratuita isso acontece com frequência", diz Tafelli.
O executivo da P3 também destaca que as VPNs pagas possuem certificados que garantem a confiabilidade do serviço. Segundo ele, essa é uma das melhores formas de proteger dados contra a vigilância online.
Taboada é mais enfático: "Em 2025, com o aumento da sofisticação das técnicas de rastreamento, muitas VPNs gratuitas passaram a ser alvo de críticas por coletarem e comercializarem os próprios dados dos usuários", alerta. Para ele, o ideal é usar VPNs pagas com política de não armazenamento de logs, que não exigem muitos dados pessoais no cadastro e que aceitam métodos de pagamento mais anônimos, como criptomoedas.
