PUBLICIDADE

Por que empresa quer colocar corações de porcos em bebês?

A edição genética é usada para fazer cerca de 70 alterações no genoma do porco, evitando rejeição ao órgão

17 jul 2023 - 12h53
(atualizado às 12h55)
Compartilhar
Exibir comentários
Coração de porco será solução temporária para bebês com poucas opções de tratamento
Coração de porco será solução temporária para bebês com poucas opções de tratamento
Foto: National Cancer Institute/Unsplash

A empresa eGenesis planeja ofertar uma alternativa a crianças e bebês que enfrentam problemas cardíacos de difícil tratamento: o transplante de corações de porco geneticamente modificados. 

A proposta foi detalhada em um artigo publicado na MIT Technology Review nesta segunda-feira (17).

O objetivo é dar mais tempo de espera para bebês com graves problemas cardíacos que receberão um coração humano, já que são poucas as opções de tratamento e a disponibilidade de órgãos para essa fase da vida é limitada. 

Como é feito?

A empresa, com sede em Cambridge, Massachusetts, desenvolveu uma técnica que usa a ferramenta de edição genética CRISPR, que "recorta" as partes desejadas do DNA.

  • São cerca de 70 edições no genoma do porco para diminuir as chances de rejeição;
  • Também são adicionados sete genes humanos, os quais devem reduzir a probabilidade de o órgão ser rejeitado pelo sistema imunológico do receptor;
  • A equipe realiza essas edições em células encontradas no tecido conjuntivo dos porcos, chamadas de fibroblastos;
  • Os cientistas, ems seguida, pegam os núcleos contendo DNA das células editadas e os colocam em óvulos de porco;
  • Uma vez que um óvulo é fertilizado com esperma, o embrião resultante é implantado no útero de um porco adulto. 

“É a mesma tecnologia usada para clonar Dolly nos anos 90”, disse Mike Curtis, presidente e diretor executivo da eGenesis, à MIT Technology Review. Ele se refere à famosa ovelha que foi o primeiro mamífero a ser clonado com sucesso a partir de uma célula adulta.

Os testes estão sendo realizados em babuínos para estudar a eficácia e segurança em humanos. Duas das 12 cirurgias planejadas já foram realizadas até o momento.

Em ambas, o babuíno faleceu dias depois por complicações cirúrgicas, mas o coração em si estava "batendo bem", o que representa um resultado encorajador para os cientistas envolvidos no projeto.

Os pesquisadores da eGenesis relatam que um terceiro babuíno deve receber um coração de porco em agosto deste ano. A empresa planeja realizar pelo menos uma operação desse tipo por mês, até que 12 animais tenham sido operados.

Fonte: Redação Byte
Compartilhar
TAGS
Publicidade
Publicidade