Na Guerra Fria, os EUA temiam que uma bomba nuclear inutilizasse seus bombardeiros: responderam com uma plataforma de madeira
O TRESTLE foi uma loucura de engenharia construída quase inteiramente em madeira
Durante a Guerra Fria, a possibilidade de um ataque nuclear não era uma hipótese remota. Era um cenário considerado, calculado e ensaiado. Estimava-se que uma explosão atômica na atmosfera poderia gerar um pulso eletromagnético capaz de inutilizar radares, comunicações, redes elétricas e sistemas de comando.
Nesse contexto, os Estados Unidos iniciaram um ambicioso programa de testes para garantir que seus aviões estratégicos pudessem resistir a esse tipo de ameaça. Eles não podiam se permitir que uma falha eletrônica tirasse de combate um bombardeiro como o B-52. Assim nasceu o TRESTLE (Atlas-I), uma instalação colossal construída perto da base aérea de Kirtland, no Novo México. Seu propósito era tão singular quanto seu projeto: simular, sem necessidade de explosivos, os efeitos de uma detonação nuclear sobre aeronaves reais.
Como destaca o site Motorpasión, para criar um ambiente de teste confiável, era imprescindível eliminar qualquer interferência. Até mesmo a própria plataforma deveria se tornar "invisível" ao fenômeno que se tentava reproduzir. A solução foi tão radical quanto engenhosa: construir a estrutura principal quase sem metal, utilizando madeira laminada, parafusos de fibra de vidro e técnicas da engenharia civil mais avançada.
O resultado lembrava uma ponte ferroviária suspensa sobre um desfiladeiro no meio do deserto. A mais de 35 metros do chão, os aviões eram rebocados sobre uma pista de madeira e expostos a rajadas de energia controlada que imitavam o ...
Matérias relacionadas
Minha cozinha está velha e a melhor solução foram os misteriosos parafusos da dobradiça
Nem remédio, nem terapia: esse desenvolvedor venceu o TDAH jogando video game