Lenovo deixa de pré-instalar programa controverso em PCs
O programa foi incluído em alguns notebooks comercializados entre setembro e dezembro, disse porta-voz da Lenovo
A Lenovo, maior fabricante de computadores pessoais do mundo, afirmou nesta quinta-feira (19) que não irá mais pré-instalar software que, segundo especialistas em segurança cibernética, é malicioso e deixa os aparelhos vulneráveis a ataques de hackers.
O grupo chinês foi pressionado por pesquisadores de segurança a fazer mudanças. Os especialistas indicam que a atuação do programa é semelhante a de um vírus.
Fabricado pela empresa Superfish, a aplicação rouba conexões e permite o monitoramento de seus consumidores. Usuários reportaram, desde junho de 2014, que o programa, também chamado de Superfish, era um adware - ou software que mostra anúncios automaticamente.
O programa Superfish não será mais pré-instalado e foi desativado em todos os produtos no mercado desde janeiro, quando a Lenovo deixou de pré-instalar o software, disse um porta-voz da Lenovo, em reposta à Reuters nesta quinta-feira. O programa foi incluído em alguns notebooks comercializados entre setembro e dezembro, disse.
"Nós investigamos essa tecnologia amplamente e não achamos qualquer evidência que sustentem as preocupações com segurança (...) O software não traça perfis ou monitora o comportamento do usuário. Não grava informações do usuário e não sabe quem é o usuário", afirmou o porta-voz.
Reputação em jogo
O presidente-executivo da empresa de pesquisa de segurança americana Errata Security, Robert Graham, afirmou que o Superfish é um programa malicioso que rouba e lança conexões cripotgrafadas, pavimentando o caminho para que hackers comandem essas conexões e bisbilhotem.
"Isso afeta a reputação da Lenovo", disse Graham à Reuters. "Demonstra a falha profunda da empresa que não conhece e tampouco se importa com os pacotes em seus laptops".
Ele e outros especialistas afirmaram que a Lenovo foi negligente, e que os computadores ainda podem estar vulneráveis até mesmo depois da desinstalação do software, que lança criptografias abertas, dando a si mesmo poder para assumir as conexões e declará-las seguras e confiáveis, mesmo quando não são.
