iPhone Air: Apple quer saber o que você está disposto a sacrificar em nome do design

Novo celular ultrafino apresenta um dilema para os fãs da marca

Por: Bruno Romani

10 set 2025 - 09h11

(atualizado às 13h55)

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A Apple revelou a nova geração do iPhone nesta terça, 9. Faz tempo que eventos desse tipo não emocionam mais, porque as melhorias são sempre evolutivas — a era das apresentações revolucionárias ficou para os livros de história da tecnologia. Ainda assim, neste ano, a companhia faz uma pergunta um tanto atrevida: O que você está disposto a sacrificar em nome do design?

Para abafar o fracasso até aqui da Apple Intelligence, sua plataforma de inteligência artificial (IA), a gigante voltou as atenções para o hardware da nova geração de celulares. Em particular, o grande anúncio foi o iPhone Air, o celular mais fino (5,6 mm) da história da empresa e um dos mais leves (165 g), especialmente considerando os aparelhos lançados mais recentemente.

Porém, para oferecer um aparelho com essa espessura, a companhia precisa fazer concessões, ainda que não reconheça isso. Uma delas é a bateria. Embora a Apple não revele qual seja a autonomia do Air, especialmente em comparação com os outros aparelhos da linha 17, é praticamente certo que a autonomia será reduzida.

A Samsung sofreu exatamente isso ao lançar recentemente o Galaxy S25 Edge, que tem 5,8 mm de espessura e 136 g de peso. Os usuários notaram a autonomia reduzida e reclamaram, acendendo a luz amarela para a categoria dos ultrafinos.

Nas câmeras, há novas concessões, com a redução no número de lentes disponíveis. Na complexa arquitetura de um telefone fino, qualquer chance de aumentar o espaço interno para preservar a bateria é preciosa. Assim, o iPhone Air apresenta uma única lente de 48 MP — todos os aparelhos da marca à venda, incluindo o modelo de entrada iPhone 16e, têm uma lente de 48 MP. A Apple afirma que conseguiu integrar uma segunda lente no único módulo de câmera disponível, mas os resultados disso só poderão ser medidos em testes que, obviamente, ainda não estão disponíveis.

O fato é que o iPhone Air não oferecem os conjuntos triplos da linha Pro, que chegou com três lentes de 48 MP, e nem o conjunto duplo da linha padrão. Até aqui, os únicos modelos "caolhos" da companhia são o Air e o 16e, o que certamente é um teste para a percepção de valor do aparelho — assim como seus concorrentes, a Apple passou os últimos anos embutindo na mente dos clientes que o número de lentes traseiras impacta na qualidade do aparelho.

O sacrifício em termos de bateria e câmera, no entanto, não é visto no preço. Ao contrário, o iPhone Air chegará para o consumidor brasileiro com preço de produto premium: a partir de R$ 10,5 mil. No portfólio da marca, o novo aparelho ficará posicionado acima dos modelos padrão e abaixo dos modelos Pro, o que certamente pode assustar quem ficar emocionado pelo o que agrada aos olhos e não aos bolsos.

É ainda mais curioso que a Apple tenha adotado o nome "Air" para um celular mais caro, já que essa mesma nomenclatura, quando aplicada aos notebooks da companhia, sinaliza um aparelho mais barato, justamente pelas suas limitações.

Claro, a marca vem repetindo o refrão de que quer oferecer uma "experiência Pro" em um modelo ultrafino — colocou até o chip A19 Pro, das linhas mais caras, para dar uma turbinada nas especificações, mas há limitações em relação até onde a experiência Pro poderá alcançar com essa construção.

Nos bastidores, os executivos de tecnologia sabem que os clientes da novíssima categoria de ultrafinos estão topam fazer concessões para exibirem algo novo, quase exclusivo — eu já escutei isso pessoalmente. Com o tempo, a expectativa deles é que a própria categoria possa encontrar caminhos para ofertar tecnologia avançada sem sacrifícios. Porém, por enquanto, as venda do novo iPhone Air é que vão dizer o que os consumidores estão dispostos a fazer por novidades estéticas.

O que você faria?