Operadora nos EUA vai usar Android em telefones residenciais
A operadora americana de telefonia T-Mobile está planejando uma campanha agressiva para conquistar o mercado domiciliar com uma série de aparelhos de comunicação que utilizarão o novo sistema operacional Android, do Google, que já aciona um de seus celulares.
» Conheça o celular G1 com plataforma Android 
» Android do Google ganha o suporte de 14 fabricantes
A T-Mobile planeja começar a vender um telefone residencial no começo do ano que vem, e logo em seguida um computador tablet, ambos acionados pelo Android, de acordo com documentos confidenciais obtidos junto a um dos parceiros da empresa. O telefone se acoplará a uma estação base e virá acompanhado de um segundo dispositivo que cuida da sincronização de dados enquanto o telefone recarrega sua bateria.
Um porta-voz da T-Mobile, Peter Dobrow, se recusou a discutir detalhes específicos de quaisquer futuros produtos, mas confirmou que a T-Mobile tinha planos para diversos aparelhos acionados pelo Android.
Em agosto, a T-Mobile, quarta maior operadora de telefonia móvel dos Estados Unidos, depois da AT&T, Verizon e Sprint, foi a primeira a colocar à venda um aparelho, o G1, que utiliza o software Android, um sistema operacional que cuida das funções básicas dos aparelhos móveis.
O Google mantém certa medida de controle sobre o Android, ainda que se trate de um software de código aberto, o que significa que outras empresas podem alterá-lo de maneira a atender às suas necessidades. Mas até agora apenas o celular da T-Mobile, produzido pela HTC, de Taiwan, o está utilizando.
"Todas as operadoras distribuirão aparelhos móveis para a internet, variando de laptops a celulares inteligentes", disse Greg Sterling, analista da Opus Research, que monitora o setor de telefonia móvel.
O avanço começou lentamente, mas o Android vem atraindo mais interesse entre os fabricantes de celulares e operadoras de telefonia móvel nos últimos meses. Por exemplo, a Samsung na semana passada decidiu produzir alguns modelos de celulares equipados com o Android, este ano, e a T-Mobile e a Sprint provavelmente oferecerão esse tipo de aparelho nos Estados Unidos.
Além disso, a Motorola deve colocar à venda um aparelho acionado pelo Android, por volta de outubro, de acordo com analistas especializados em telecomunicações. A HTC também anunciou que planeja produzir outros aparelhos acionados pelo software do Google.
Algumas empresas de menor porta também decidiram lançar mão do Android. Por exemplo, uma empresa iniciante chamada Touch Revolution, sediada em San Francisco, usa o software para acionar um telefone dotado de tela de sete polegadas. O aparelho recebe ligações, serve de central de controle para serviços de correio de voz e pode receber e-mails por meio de sua conexão sem fio.
O presidente-executivo da Touch Revolution, Mark Hamblin, trabalhou na criação da tecnologia de tela de toque que a Apple usa em seu celular inteligente iPhone. Ele diz que telefones residenciais com software avançado podem oferecer funções superiores às dos mais modernos celulares.
Por exemplo, os aparelhos da empresa oferecerão muitas funções semelhantes às de um computador. Alguns terão telas maiores, o que os torna convenientes para exibir receitas e um calendário familiar. "Se você colocar o aparelho em um local conveniente da casa, ele terá muito uso", disse Hamblin.
A T-Mobile compartilha dessa visão ambiciosa de aparelhos mais sofisticados para uso residencial. Por exemplo, sua linha Cameo de molduras digitais para fotos pode receber novas fotos enviadas por e-mail ou de celulares. A T-Mobile gostaria de conectar telefones, molduras digitais, sistemas de segurança, webcams e televisores domésticos, por meio de seu software e serviços de rede.
A Verizon, com seus novos telefones Hub, e a AT&T, que colocou à venda o sistema HomeManager, oferecem produtos semelhantes, que combinam a distribuição de informações, serviços de telefonia de voz e aplicações como as que costumam ser oferecidas pelos computadores.
"Esse é o esforço das empresas de telecomunicações para manter as pessoas interessadas em serviços de telefonia fixa", disse Sterling, o analista.
A AT&T anunciou na semana passada um programa de testes sob o qual ela venderá os laptops de pequenas dimensões e baixo preço conhecidos como netbooks por apenas US$ 50 a clientes que assinem contratos de longo prazo para seus serviços sem fio de transmissão de dados.
Tradução: Paulo Migliacci ME