Conheça os emoji, emoticons elaborados do iPhone 4S
Os emoticons - ícones como :) ou :( - são velhos conhecidos e bastante populares em mensagens de texto, bate-papo e e-mail. Mas outra forma de expressão parece estar ganhando força no ocidente: os emoji. Os ícones são mais elaborados e possibilitam mais expressões do que as "carinhas" simples de parênteses e dois pontos. E a prova disso é que a Apple incluiu um teclado de emoji que já vem de fábrica para todo o mundo no iOS 5, sistema operacional do iPhone 4S, segundo o New York Times.
Usuários asiáticos usam emoji desde os anos 1990, e em smartphones os ícones eram disponibilizados a partir de plug-ins e add-ons. Agora, eles podem ser habilitados como telado internacional nas configurações do aparelho da Apple. A gigante de tecnologia não quis comentar sobre o assunto ao jornal norte-americano, que acredita que a inclusão dos emoji seriam motivadas por outras mudanças - na padronização de formatos, realizada no último ano, para que as fotos mantenham suas propriedades em diferentes dispositivos e países.
A origem dos emoji é japonesa, segundo o antropologista cultural Mimi Ito, da Universidade da Califórnia. Por lá, as operadoras ofereciam os ícones como diferencial, o que popularizou os desenhos como uma forma eficiente de expressar ideias específicas (como um coração, para "eu te amo") ou um estado de humor.
"A mensagem de texto é um meio particularmente incompleto no que tange à expressão de emoções", pondera S. Shyam Sundar, codiretor do Laboratório de Pesquisa de Efeitos de Mídia, da Universidade do Estado da Pensilvânia. "Emoji fazem o papel que a comunicação não verbal, como gestos de mãos, exerce em uma conversa, mas não em um telefone", continua, ponderando que o uso crescente dos aparelhos leva as pessoas a buscar, por isso, um modo de incluir esses contextos nas mensagens.
Para Sundar, a decisão da Apple pode ser parte de uma estratégia de negócios maior, com a intenção de fazer a companhia dar um passo à frente em relação às rivais. Com características como os emoji, a marca da Maçã estaria criando uma cultura mobile única, segundo o professor.
Ainda é cedo para saber se os emoji vão pegar no ocidente, embora já sejam "uma parte bem estabelecida da cultura das mensagens de texto no Japão", afirma o professor Mimi Ito, antropólogo da Universidade da Califórnia. Mas alguns pontos podem ser repensados a partir de agora: por exemplo, no iPhone existem ícones de saquê e de sushi, mas não existem os de pizza, comida mais comum do lado de cá do globo. Além disso, algumas convenções estabelecidas na Ásia talvez não sejam entendidas na América.