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Montadoras apresentam conceito de carros sem motorista na CES

Conceito de automóvel sem motorista ganha força na CES

9 jan 2013 - 16h37
(atualizado às 17h09)
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As montadoras e empresas de tecnologia testam atualmente os veículos sem motorista, que ainda continuam sendo um conceito que permite sonhar com a melhoria da segurança nas estradas. No famoso Salão de Eletrônica CES (Consumer Electric Show) de Las Vegas, as montadoras Toyota e Audi apresentaram suas ideias para a construção de veículos autônomos, que surgem após um empurrão da Google para a criação de um carro sem motorista. Outras companhias podem, a partir disso, seguir esse exemplo.

A Toyota mostra um conceito de carro autônomo durante o evento em Las Vegas
A Toyota mostra um conceito de carro autônomo durante o evento em Las Vegas
Foto: AFP

A Toyota atraiu as atenções no salão com seu Sedan Lexus, equipado com uma série de sensores e câmeras que podem detectar o que está em volta do veículo.

"Tem a habilidade de funcionar sozinho, mas não permitiremos isso", disse Jim Pisz, gerente corporativo para a América do Norte da Toyota, que no momento apenas testa seus carros nos centros de pesquisa.

Pisz afirmou que a tecnologia utilizada pela companhia é similar à criada pelo Google no que refere ao uso da eletrônica, mas "o foco do Google está no software de mapas, é nisso que são realmente bons". A Toyota, por outro lado, "se concentra em programas seguros e mais integrados", explicou.

A fabricante de automóveis japonesa considera que seu Lexus LS de 2013, que também está na exposição, já tem "o sistema de segurança pré-colisão mais avançado do mundo", mas que seus veículos são utilizados até o momento somente em centros de pesquisa fechados, diferentemente dos automóveis publicitários do Google.

O crescente uso de sistemas eletrônicos avançados para a segurança dos automóveis fez com que um número recorde de oito companhias montadoras de veículos fossem para o salão em Las Vegas, assim como dezenas de empresas que trabalham na fabricação de produtos e serviços relacionados. "A eletrônica é vital para nossos carros. Os automóveis de hoje são computadores com rodas", disse à imprensa o executivo da alemã Audi, Wolfgang Duerheimer.

Já Ulrich Hofman, de uma fabricante de automóveis alemã, disse à AFP que a nova tecnologia "ajuda o motorista em situações em que é entediante dirigir" e permite conduzir "quando é divertido". No salão de Las Vegas, a Audi mostrou seu conceito de automóvel sem motorista em um simulador. Hofmann disse que um carro autônomo pode ser desenvolvido nos próximos cinco a oito anos, mas lembrou que "há muitas questões regulatórias e legais".

Pim van der Jagt, pesquisador da montadora Ford Motors, disse que essa gigante americana dos automóveis interrompeu seu programa de carros sem motorista há alguns anos.

"Pareciam tão lentos que não teria sentido ter grandes equipes trabalhando nele", explicou, mas acrescentou que "agora, com o interesse nos automóveis por parte da Google, os políticos estão começando a falar disso", o que fez a companhia retomar seu programa. Mas "um carro completamente autônomo está longe e pode nunca existir", acresentou.

Os engenheiros da Audi dizem que podem conceber um interruptor de ligado e desligado poderia ser utilizado durante os engarrafamentos nas estradas. O dispositivo permitiria aos carros se unir a uma espécie de caravana que viajaria a uma velocidade idêntica, liberando os motoristas de sua responsabilidade por alguns momentos.

Em setembro de 2012, o governador do estado americano da Califórnia, Jerry Brown, assinou uma lei que abre caminho para aprovar a tecnologia dos veículos sem motoristas nas estradas do Estado. Por outro lado, o estado de Nevada (oeste) emitiu em maio uma licença que dá ao carro sem motorista da Google sinal verde para viajar pela via pública.

As crescentes negociações sobre os automóveis autônomos têm gerado interesse em torno do setor de tecnologia, fortemente criticado por fomentar a "direção distraída", o que pode melhorar a segurança dos automóveis e a experiência da direção.

"Todo mundo se distrai em algum momento", segundo Steven Wenger de Mobileye, de uma companhia que fabrica equipamentos para evitar os acidentes para as principais montadoras. "Três segundos poderiam salvar a vida de uma pessoa. Queremos que as pessoas estejam informadas sobre essas tecnologias que podem ajudar a evitar os acidentes", acrescentou.

AFP Todos os direitos de reprodução e representação reservados. 
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