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Com iPhone 'barato', Apple mira fãs e empresas em tempos de crise

Com design de modelo antigo, mas especificações atualizadas, iPhone SE é opção acessível para quem está habituado à marca; para analistas, estratégia faz sentido em tempos de crise econômica

16 abr 2020 - 05h10
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Após meses de rumores, a Apple anunciou ontem um novo modelo de smartphone. Chamado de iPhone SE, o aparelho não traz grandes inovações ao mercado. Pelo contrário: com design do iPhone 8, lançado em 2017, mas especificações atualizadas, o celular busca se inserir na linha de produtos da fabricante americana como uma opção "acessível" para os fãs da marca. As aspas se justificam pelo preço: nos EUA, os aparelhos serão vendidos por preços entre US$ 399 e US$ 549.

Aqui no Brasil, a linha é parecida: ainda sem data de lançamento prevista, o iPhone SE chegará ao mercado por valores entre R$ 3,7 mil e R$ 4,5 mil - já os modelos anunciados pela empresa no ano passado, na família iPhone 11, vão de R$ 5 mil a R$ 10 mil. Serão três cores à venda: branco, preto e vermelho.

Não é a primeira vez que a empresa utiliza o código SE para batizar um aparelho - em 2016, algo semelhante foi feito para agradar os usuários que buscavam celulares de tela menor, mas com configurações atualizadas. Além do encaixe na mão, a linha SE busca atender quem busca um smartphone mais barato e de alta performance. No caso do celular lançado ontem, isso significa processador e memória de última geração, mas uma tela de LCD e a ausência do sensor de reconhecimento facial, o Face ID, implementado pela empresa desde 2017.

Outro detalhe é a presença de uma câmera traseira com apenas uma lente - algo que a Apple não fazia desde 2018 e que outros aparelhos Android, até mesmo de preço intermediário no mercado, já deixaram para trás. Em sessão com jornalistas, da qual o Estado participou, a empresa aposta em chip dedicado e inteligência artificial para gerar fotos melhores do que as da concorrência, mesmo indo na contramão da indústria.

Encaixe

Para analistas, o aparelho não deve ser visto como um grande lançamento, mas sim um produto com potencial para atender a alguns tipos de consumidores específicos. "Há um grupo de pessoas, cerca de 15% do total, que buscam bons telefones, mas que sejam pequenos e confortáveis", afirma Frank Gillett, vice-presidente de pesquisas da consultoria americana Forrester.

Outra demanda específica, segundo o analista, é a de empresas que usam iPhones como telefones corporativos e veem no aparelho um bom custo-benefício. "São clientes que compram um celular pela segurança e usabilidade, não pela qualidade da câmera", concorda Annette Zimmermann, vice-presidente de pesquisas da consultoria Gartner.

Além disso, ela afirma que o aparelho pode fazer bastante sentido para usuários fiéis da Apple, mas que costumam esperar alguns anos para trocar de celular. "O fato de ter surgido em meio a uma crise econômica reforça ainda mais o potencial do aparelho", diz. "No entanto, é bom lembrar que a Apple está de olho em seus próprios usuários. Ela não está competindo com quem hoje compra um aparelho mais barato com sistema Android."

Em nota a investidores, Daniel Ives, analista da consultoria Wedbush, acredita que o novo aparelho deve vender cerca de 25 milhões de unidades até o final de 2020. Segundo ele, o aparelho deveria ter sido lançado em março, mas atrasos foram causados por conta das dificuldades de produção na China. No país, onde são fabricados a maioria dos iPhones, as fábricas ficaram paradas por várias semanas por conta da pandemia do coronavírus.

Na visão de Annette Zimmermann, o lançamento deste iPhone SE não dá garantias de que tudo está bem na linha de produção da empresa de Tim Cook. "A Apple ainda não chegou a terra firme, mas está quase", diz a analista. "Pode haver problemas para suprir a demanda nos próximos meses e é bastante possível que vejamos um atraso no lançamento do próximo iPhone", afirma, fazendo referência a um futuro modelo da Apple - tradicionalmente, a empresa lança aparelhos com grandes inovações na primeira quinzena de setembro.

"É bastante improvável que vejamos um iPhone novo em setembro ou outubro", reiterou Ives, da Wedbush. Na chamada com jornalistas, a empresa afirmou que está fazendo "tudo para entregar os iPhones o mais rápido o possível."

Estadão
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