Cogumelo medicinal ativa crescimento neuronal e melhora a memória
Cientistas descobriram que o cogumelo juba-de-leão, utilizado há milênios como fungo medicinal na Ásia, melhora a memória ao estimular crescimento de neurônios
Ao estudar um cogumelo comestível cujas propriedades medicinais eram utilizadas em preparos tradicionais na China, pesquisadores da University of Queensland descobriram que o fungo auxilia no crescimento de neurônios no corpo humano e melhora a memória. A espécie em questão é chamada pelo nome científico de Hericium erinaceus, mas é mais conhecida pelo nome popular de juba-de-leão.
- Cientistas descobrem tipo inédito de comunicação neuronal no cérebro
- Neurotransmissores: conheça um pouco da química produzida pelo nosso cérebro
Os cientistas já conheciam o uso do cogumelo em países asiáticos, onde era utilizado para manter a saúde e curar doenças desde a antiguidade, mas resolveram identificar os efeitos de seu uso nas células do cérebro. Testes pré-clínicos, ou seja, realizados em laboratório, mas não em voluntários humanos, já mostraram um impacto da juba-de-leão no crescimento neuronal.
A juba-de-leão e os neurônios
Nos exames, foram observados os efeitos neurotróficos dos compostos derivados do fungo em células cerebrais cultivadas em laboratório. De forma bem literal, notou-se que as projeções neuronais foram amplificadas, ajudando os neurônios a se estender e se conectar a outros neurônios com mais facilidade. Isso foi possível através de microscopia de super-resolução, com neurônios coletados de 40 camundongos de laboratório utilizados no estudo.
Mais especificamente, o extrato do H. erinaceus e seus componentes ativos aumentaram bastante o cone de crescimento das células do cérebro, especialmente importantes para que elas consigam sentir o ambiente e estabelecer novas conexões com outros neurônios. Segundo a equipe responsável, isso pode ter uma aplicação prática no combate a distúrbios cognitivos neurodegenerativos, como o mal de Alzheimer.
Como a doença impacta negativamente a memória dos pacientes, a extensão neuronal restaurada pelo princípio ativo da juba-de-leão conseguiria, ao menos, frear o avanço da patologia ao facilitar a preservação de funções cerebrais como essa. A ideia dos cientistas era identificar compostos bioativos naturais que conseguissem chegar até o cérebro e ajudar a regular o crescimento de neurônios, e o H. erinaceus conseguiu cumprir bem essa função.
Os passos seguintes ao estudo, publicado no periódico científico Journal of Neurochemistry, avaliarão a capacidade dos compostos de mediar essas atividades cerebrais com sucesso, verificando se realmente será possível utilizar esse benefício em pacientes com doenças neurodegenerativas — presumivelmente, por meio de testes clínicos com voluntários humanos.
Fonte: Journal of Neurochemistry
Trending no Canaltech:
- O que caracteriza uma TV box como ilegal?
- Como a ansiedade afeta diferentes partes do seu corpo
- Mais OVNIs são derrubados no Alasca e Canadá. O que está acontecendo?
- Scar | Vilão de O Rei Leão vai ganhar história em quadrinhos
- Xiaomi lança walkie-talkie com alcance de 5 km e bateria para até 120 horas
- Samsung Brasil lança programa de troca de TVs com descontos