Para cientista da Marvel, alienígenas não devem ser parecidos com humanos; entenda
O especialista falou sobre as possibilidades da vida extraterrestre durante a Rio Innovation Week
Os ETs são parecidos com os humanos ou somos os únicos seres vivos com aspectos humanoides na nossa galáxia? Para Adam Frank, físico e astrônomo que atuou como consultor da Marvel para o filme Doutor Estranho (2016), a resposta é sim. Frank falou sobre o tema durante a Rio Innovation Week, em um painel sobre vida extraterrestre.
"Existem humanos em outros planetas? Se sim, chamaríamos isso de convergência evolutiva. A evolução vai encontrar a mesma solução para problemas similares em ambientes diferentes. Mas temos uma outra força, que são os acidentes. Se uma pedra esmaga um ser em evolução, ela acaba ali. É muito improvável ter outro ser humanoide", disse Frank.
Segundo o cientista, as particularidades evolutivas que permitiram o desenvolvimento da vida na Terra e levaram à existência dos seres humanos são muito difíceis de serem replicadas. A posição da Terra em uma zona habitável em relação ao Sol, permitindo a formação de água em estado líquido, e a influência da Lua nas marés é algo raro na Via Láctea.
Entretanto, considerando as possibilidades de vida fora da nossa galáxia, Frank foi mais tolerante com a ideia de encontrarmos seres humanoides. "Pode ser que no universo como um todo eles existam sim, mas não há estrelas o suficiente na nossa galáxia para ter um resultado similar a esse", afirmou.
Frank também falou sobre OVNIs, os objetos voadores não identificados. Para o cientista, falta transparência na investigação a respeito do tema. Ele se disse aberto à ideia de analisar o assunto, mas, para isso, seria necessário, por exemplo, estudar todas as imagens disponíveis com o rigor da comunidade científica - e parte das imagens em questão são mantidas em sigilo por governos, como o dos Estados Unidos.
'Por ora, não temos dados com a qualidade das evidências que queremos. Mas digo o seguinte: Quem busca por pessoas de Nebraska, não as procura no Himalaia, mas em Nebraska. Nós nem sabemos se a viagem interestelar é possível", declarou Frank.
Ele ressaltou que o mais importante é entender quanto tempo uma civilização pode durar, e essa resposta pode ser tão importante para encontrar vida fora da Terra quanto preservar a vida e bem-estar dos seres humanos.
"Estamos atualmente tentando construir uma civilização sustentável. Não sabemos se o universo consegue construir uma vida sustentável. Se a encontrarmos lá fora, ótimo. Mas precisamos entender o que uma civilização precisa fazer para ter uma vida longa e pensar assim nos obriga a repensar em como a vida e os planetas se encaixam juntos", disse Frank.