Sonificação transforma imagens do centro da Via Láctea em música
A região central da Via Láctea foi transformada em música por meio de uma nova sonificação, feita com dados obtidos pelos telescópios Chandra, Hubble e Spitzer
Uma nova sonificação revela o centro da Via Láctea de um jeito nunca visto antes — ou, melhor dizendo, ouvido. A compositora Sophie Kastner transformou os dados da região, obtidos por diferentes telescópios, na sinfonia chamada Where Parallel Lines Converge ("Onde Linhas Paralelas Convergem", em tradução literal).
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Ela trabalhou com três elementos principais na região, observados pelos telescópios Hubble, Spitzer e Chandra. O primeiro elemento é um sistema estelar duplo observado em raios X, e o outro, um grupo de filamentos em formato de arco. Já o terceiro é Sagittarius A*, o buraco negro supermassivo no coração da nossa galáxia.
Você confere o resultado no vídeo abaixo:
Imagens como as do vídeo acima são produzidas através dos dados registrados por telescópios, capturados a partir dos comprimentos de onda invisíveis aos olhos humanos. Depois, estes dados são transformados em formas visíveis para nós, como fotos.
Outra forma de revelar estes dados é através da sonificação, ou seja, da transformação deles em sons. Foi o caso da composição, que rendeu uma música dividida em três partes. "A luz dos objetos na parte superior da imagem é ouvida em tons mais altos, e a intensidade da luz controla o volume", explicaram os membros da equipe da sonificação.
Já as estrelas e fontes compactas receberam notas individuais, e as grandes nuvens de gás e poeira foram representadas por um som em evolução. Por fim, o crescendo (o momento em que o volume aumenta) acontece quando a composição chega à região brilhante, que é onde Sagittarius A* está.
O que é sonificação?
A sonificação é o processo que apresenta dados astronômicos por meio da audição, e não da visão, como é o caso das imagens de telescópios. Para isso, computadores mapeiam matematicamente os dados dos telescópios em sons com a ajuda de algoritmos. Assim, os dados são transformados em sons perceptíveis pela audição humana.
Além de ajudar os cientistas a identificarem dados que talvez passassem despercebidos nas versões originais (sinais mais fracos, por exemplo), a sonificação traz também acessibilidade. Com sonificações, pessoas com deficiências visuais podem explorar as fotos do espaço e os objetos nelas.
Fonte: Chandra
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