Exoplaneta gigante com densidade de marshmallow fica a 580 anos-luz da Terra
O exoplaneta TOI-3757 b tem densidade de 0,27 g/cm³ — ou seja, é menos denso que Saturno. Ele completa uma volta ao redor de sua estrela a cada 3,5 dias
Um exoplaneta gigante gasoso foi encontrado na órbita de uma estrela anã vermelha, a cerca de 580 anos-luz da Terra. Chamado TOI-3757 b, ele tem raio que o torna levemente maior que Júpiter, e é considerado o exoplaneta gigante gasoso de menor densidade já encontrado orbitando uma estrela deste tipo.
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O TOI-3757 b foi identificado primeiro pelo telescópio espacial Transiting Exoplanet Survey Satellite (TESS), da NASA, enquanto passava em frente à sua estrela. Com os dados, os astrônomos estimam que ele completa uma volta ao redor da estrela em apenas 3,5 dias — para comparação, Mercúrio leva 85 dias para orbitar o Sol.
A partir dos dados da velocidade radial, eles calcularam que o planeta tem aproximadamente 85 vezes a massa da Terra. Depois, com os dados de tamanho e massa em mãos, eles calcularam a densidade média do planeta, de 0,27 g/cm³. Portanto, o planeta tem menos da metade da densidade de Saturno e 25% da densidade da água — ou, se preferir, considere que tem densidade parecida com a de um marshmallow.
Este é o exoplaneta de menor densidade já encontrado ao redor de uma estrela anã vermelha, um tipo de estrela considerada "fria", quando comparada com o Sol. Apesar disso, estas estrelas podem ser extremamente ativas, expelindo erupções poderosas capazes de destruir a atmosfera de planetas próximos.
Shubham Kanodia, pesquisador que liderou o estudo que descreve a descoberta, explica que os cientistas consideram que os planetas gigantes gasosos dificilmente se formam ao redor de estrelas anãs vermelhas. "Até agora, não temos uma amostra grande o suficiente de planetas para encontrar mundos gasosos de forma robusta'', observou.
Assim, o TOI-3757 b é um planeta cercado por uma série de mistérios relacionados à sua formação e baixa densidade. Para explicá-los, a equipe sugere que ele tem um núcleo rochoso que se formou lentamente, atrasando o acúmulo de gás que o forma. Pode também ser este o motivo pelo qual o planeta tem menor abundância de elementos pesados e baixa densidade.
Outro fator talvez esteja relacionado à sua órbita levemente elíptica. Como o planeta se aproxima da estrela e se afasta dela enquanto a orbita, o excesso de calor pode ter tornado sua atmosfera "inchada". "Possíveis observações futuras da atmosfera deste planeta com o telescópio James Webb podem ajudar a explicar sua natureza 'inchada'", disse Jessica Libby-Roberts, coautora do estudo.
O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista The Astronomical Journal.
Fonte: The Astronomical Journal; Via: NOIRLab
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