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CEO da OpenAI aposta na fusão nuclear para o futuro da energia

Sam Altman, CEO da OpenAI, acredita que a fusão nuclear é o segredo para as futuras demandas energética da inteligência artificial

26 mar 2024 - 14h03
(atualizado às 16h30)
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A startup Helion Energy declarou que vai produzir energia via fusão nuclear até 2028. O anúncio é ousado, afinal, encurta para poucos anos o cronograma de aplicação de uma fonte de energia limpa que é estudada pelos cientistas há décadas, mas que ainda não se tornou realidade.

A Helion Energy promete apresentar o Polaris, seu protótipo de gerador de energia, até o fim do ano. Além disso, a companhia contratou a Nucor, a maior siderúrgica dos Estados Unidos, para construir uma usina de fusão nuclear até 2030. 

É claro que estes projetos foram encarados com ceticismo pelo mercado. Mesmo assim, a companhia — que é presidida por Sam Altman, criador do modelo de inteligência artificial generativa ChatGPT — foi além e fechou um contrato com a Microsoft

Por meio do acordo, a Helion Energy se compromete a fornecer a energia da fusão para a gigante de tecnologia até 2028. Se não cumprir o contrato, vai precisar pagar uma multa de valor não divulgado.

Ocorre fusão nuclear no interior do Sol e de outras estrelas (Imagem: Reprodução/ESA & NASA/Solar Orbiter/EUI Team)
Ocorre fusão nuclear no interior do Sol e de outras estrelas (Imagem: Reprodução/ESA & NASA/Solar Orbiter/EUI Team)
Foto: Canaltech

Pablo Rodriguez-Fernandez, cientista do Centro de Ciências do Plasma e Fusão do Institito Massachusetts de Tecnologia, observa que a maior parte dos cientistas não considera possível obter energia por meio da fusão nuclear em um prazo tão curto.

Para ele, o que deve acontecer é que, nesta década, vão ser criadas as bases para uma usina de energia de fusão, sem a produção de eletricidade. "Acreditamos que vamos entrar na era de construção de usinas em 2030 e comercialização em 2040", disse, em entrevista à Folha de São Paulo.  

Já Altman destaca a importância energética para o avanço da inteligência artificial. No Fórum Econômico Mundial em Davos, ele declarou que "vai ser preciso um salto em tecnologia energética para a inteligência artificial do futuro, que vai consumir muito mais energia do que se espera".  "Não tem como avançar [em IA] sem um salto em tecnologia", ressaltou. "Isso nos motiva a investir mais em fusão."

O que é fusão nuclear

A fusão nuclear acontece no Sol e em outras estrelas. Neste processo, dois núcleos atômicos leves são combinados e formam outro, mais pesado, enquanto liberam grande quantidade de energia. As reações de fusão nuclear ocorrem com o plasma, estado da matéria com propriedades diferentes dos sólidos, líquidos e gases. 

Foto: US Department of Energy / Canaltech

Gianluca Sarri, especialista em física de plasma e lasers da Queen's University, explicou que a energia da fusão nuclear vai causar uma mudança tão grande em nossas vidas que pode ser comparada à Revolução Industrial, de 1800. "Trata-se de uma fonte de combustível limpa, virtualmente inesgotável e renovável", acrescentou.

Apesar de a teoria da fusão nuclear ser compreendida desde a década de 1930 o maior obstáculo para colocá-la em prática é a técnica: para a fusão acontecer, os átomos precisam colidir em velocidades extremamente altas, e gerar energia suficiente para esmagar átomos até se fundirem não é uma tarefa fácil. Por outro lado, há diferentes tecnologias de reator de fusão em desenvolvimento, o que nos indica que tais processos podem se tornar realidade em um futuro não muito distante.

Fonte: Folha, MIT Technology Review

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