Britânico estuda mistérios dos flocos de neve
Admirada por muitos como um fenômeno que embeleza a paisagem durante o inverno, a neve também é um espetáculo à parte se observada bem de perto, com a ajuda de câmeras de alta resolução. Por meio de um microscópio, um cientista britânico conseguiu fotografar as mais diferentes variedades de flocos de neve e publicá-las em um novo livro que desvenda a vida secreta desses cristais de gelo. As informações foram publicadas pelo The Guardian nesta quarta-feira.
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O pesquisador Kenneth Libbrecht elaborou uma tabela que traz 80 tipos de cristais com formas, tamanho e beleza variados. Além dos formatos mais fotogênicos, existem também os cristais mais estranhos que lembram prismas, colunas, balas, agulhas e outros que combinam os diferentes tipos.
Segundo o especialista, apesar de alguns exemplares apresentarem 12 lados, a maioria dos cristais possui apenas seis. Nunca se viu um verdadeiro floco de neve com quatro, cinco ou oito lados. "Deixo cair neve sobre uma coleção em um recipiente e então começo a examinar para tentar encontrar tipos interessantes", descreve Libbrecht no livro Flocos de neve (Snowflakes, em inglês).
"Os formatos mais perfeitos são identificados durante nevascas com pouco vento, especialmente quando o tempo está consideravelmente frio", explicou na obra.
Na antiguidade, estudiosos chineses foram os primeiros a notar o sêxtuplo simétrico dos cristais de neve, mas são os europeus que têm tradição nesse tema. No início do século XVII, o astrônomo e matemático Johannes Kepler escreveu um tratado sobre a neve e tempos depois o assunto também chamou a atenção de René Descartes, Robert Hooke e o capitão de um baleeiro inglês, William Scoresby.
No entanto, o primeiro a aprofundar a pesquisa e capturar os cristais foi o agricultor Wilson Bentley, de Vermont, nos Estados Unidos. Bentley dedicou a vida a fotografar milhares de flocos de neve para tentar convencer ao mundo de que eles eram realmente distintos.
O crescimento do cristal de água congelada depende da temperatura e das condições de pressão das nuvens. O histórico de cada um é distinto e eles podem levar muitas horas para cair em formas infinitamente diferentes. "Cada floco é uma aventura fotográfica porque se descobrem formas curiosas. É a verdade, nunca se viu dois cristais exatamente iguais", destaca o cientista.
Em seu site pessoal, que pode ser acessado pela página eletrônica http://www.its.caltech.edu/atomic/snowcrystals/, Kenneth Libbrecht traz informações sobre o livro e fotos microscópicas dos cristais recolhidos durante o estudo.