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4,6 bilhões de anos-luz: telescópio James Webb faz imagem mais nítida e profunda do universo

É a primeira imagem totalmente em cores do telescópio que custou US$ 10 bilhões ao governo norte-americano.

12 jul 2022 - 06h22
(atualizado às 07h54)
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Imagem do aglomerado de galáxias na constelação de Volans no Hemisfério Sul, conhecido pelo nome de SMACS 0723
Imagem do aglomerado de galáxias na constelação de Volans no Hemisfério Sul, conhecido pelo nome de SMACS 0723
Foto: NASA/ESA/CSA/STScI / BBC News Brasil

A primeira imagem colorida divulgada pelo novo telescópio espacial James Webb é considerada a visão infravermelha mais profunda e detalhada do Universo até hoje, contendo a luz das galáxias que levaram bilhões de anos para chegar até nós.

A imagem foi mostrada ao presidente dos EUA, Joe Biden, durante um encontro na Casa Branca.

Na terça-feira(12/07) a Nasa (agência espacial americana) divulga outras imagens feitas pelo equipamento.

O presidente norte-americano Joe Biden quis ressaltar o investimento do país no telescópio: "Essas imagens vão lembrar ao mundo que os Estados Unidos podem fazer grandes coisas e lembrar ao povo americano - especialmente nossos filhos - que não há nada além de nossa capacidade".

"Podemos ver possibilidades que ninguém jamais viu antes. Podemos ir a lugares que ninguém jamais foi antes.

O James Webb, lançado em 25 de dezembro do ano passado, custou US$ 10 bilhões (cerca de R$ 53 bilhões) e é o sucessor do famoso telescópio espacial Hubble.

Comparação James Webb x Hubble
Comparação James Webb x Hubble
Foto: BBC News Brasil

Ele fará diversos tipos de observações do céu, mas os dois principais objetivos são sondar planetas distantes para investigar se eles podem ser habitáveis e fazer imagens das primeiras estrelas a brilhar no Universo há mais de 13,5 bilhões de anos.

O que é visto na imagem é um aglomerado de galáxias na constelação de Volans no Hemisfério Sul, conhecido pelo nome de SMACS 0723.

O aglomerado em si está a cerca de 4,6 bilhões de anos-luz de distância. Ou seja, o telescópio vê no passado.

É a consequência de a luz ter uma velocidade finita em um cosmos vasto e em expansão.

Ao sondar cada vez mais fundo, o objetivo é recuperar a luz das estrelas pioneiras à medida que elas se agruparam nas primeiras galáxias.

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Foto: BBC News Brasil

O Webb, com seu espelho dourado de 6,5 m de largura e instrumentos infravermelhos supersensíveis, conseguiu detectar nesta imagem a forma distorcida (os arcos vermelhos) de galáxias que existiam apenas 600 milhões de anos após o Big Bang (o Universo tem 13,8 bilhões de anos).

Os cientistas afirmam que, pela qualidade dos dados produzidos pelo Webb, telescópio detecta o espaço muito além do objeto mais distante nesta imagem.

Como consequência, é possível que este seja o campo de visão cósmico mais profundo já obtido.

De onde viemos?

O telescópio empreende também uma pergunta muito básica e feita há muito tempo: de onde viemos?

Quando o Universo foi formado no Big Bang, continha apenas hidrogênio, hélio e um punhado de lítio. Nada mais.

Todos os elementos químicos da tabela periódica mais pesados do que estes três tiveram que ser formados nas estrelas.

Todo o carbono que constitui os seres vivos; todo o nitrogênio na atmosfera da Terra; todo o silício nas rochas — todos estes átomos tiveram que ser "fabricados" nas reações nucleares que fazem as estrelas brilhar e nas poderosas explosões que acabam com sua existência.

Nossa planeta é resultado das primeiras estrelas e de suas descendentes que "semearam" o Universo com o material para fazer as coisas.

Os cientistas da Nasa estão confiantes sobre os resultados do James Webb."Eu vi as primeiras imagens e elas são espetaculares", disse uma das chefes do projeto, a cientista Amber Straughn."Eles são incríveis em si mesmos como imagens. Mas o que elas sugerem para as nossas pesquisas é o que me deixa tão animada", disse ela à BBC News.

- Texto originalmente publicado em: 4,6 bilhões de anos-luz: telescópio James Webb faz imagem mais nítida e profunda do universo

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