Amazon lança Echo Show 15, 'caixinha' conectada com tela, por R$ 1,9 mil
Dispositivo é parte da família de caixas de som conectadas, mas foca na experiência da tela em nova versão
A Amazon lançou nesta quarta-feira, 11, sua nova caixa de som conectada, a Echo Show 15, dispositivo com a maior tela já trazida pela empresa em um aparelho do tipo. O famoso aparelho com Alexa ganhou ares de central de comando familiar, com funções personalizadas para diferentes usuários e foco no display, e chega ao Brasil por R$ 1,9 mil.
Com foco na parte visual da assistente, a Echo Show 15 é como se fosse uma moldura na parede: com bordas imitando um quadro, a tela Full HD 1080p tem 15,6 polegadas e conta com uma câmera de 5 megapixels (MP), a maior já desenvolvida para um dispositivo inteligente da marca. O aparelho também permite organizar aplicações no display de forma mais intuitiva, inclusive a posição onde as informações vão estar. Nessa primeira tela, é possível incluir, por exemplo, um bloco de notas, de tarefas, calendário e previsão do tempo.
A mudança é o controle: antes, era possível selecionar o que entraria na tela principal, mas a rolagem de informações era aleatória e temporária. Agora, a Echo Show 15 tem uma nova ferramenta de aplicativos, que permite dividir a tela em diversos blocos, como se fosse um painel de recados onde o usuário pode ter total controle para fixar, organizar e editar o que vai ficar aparente.
Essa é a função do Visual ID, uma identificação facial por meio da câmera do dispositivo. Com o recurso, o Echo Show 15 consegue detectar qual é o membro da casa que está diante do quadro e, por reconhecimento, mostra as atividades e outras funcionalidades específicas daquele usuário.
Diferente dos outros aparelhos da família, a Echo Show 15 foi desenvolvida para ser fixada na parede e funciona tanto na orientação retrato quanto na orientação paisagem. Caso o usuário não queira furar a parede, o dispositivo até pode ficar em cima da mesa ou da bancada, mas é necessário adquirir o suporte separadamente — a peça, que pode ser fixa ou giratória, custa R$ 150 e R$ 200 respectivamente.
Para quem está acostumado com o dispositivo, não é só a tela que torna a Echo Show 15 diferente de suas antecessoras. Com a aparência de um quadro, o usuário não vai encontrar as grandes saídas de som características da linha. A Amazon implementou a saída de áudio no corpo do aparelho, retirando qualquer estrutura externa que possa lembrar uma caixinha de som. Se usada na posição retrato, a Echo consegue emular som estéreo.
Processador renovado
A Amazon também trouxe para a Echo 15 um novo processador: o AZ2 Neural Edge. A troca foi necessária para permitir o processamento das imagens no reconhecimento facial no próprio aparelho — as informações da identificação, dessa forma, ficam no dispositivo e não vão para a nuvem, garante a empresa.
Com isso, a Amazon afirma que nenhum dado sai do chip da Echo Show 15 e que nem mesmo as imagens são registradas. Para identificar qual é o integrante da família, a Echo transforma a imagem em um arquivo vetorial codificado. Uma vez cadastrado, os dados vetoriais ficam salvos e à disposição do aparelho para que, toda vez que o padrão seja identificado pela câmera, a Alexa possa abrir um painel pessoal. Para capturar imagens, o visor tem uma lente de câmera de 5 megapixels.
As gravações de voz, porém, ainda vão para o armazenamento em nuvem. De acordo com a empresa, o processo é necessário para identificar os pedidos feitos à Alexa e trazer os resultados para o dispositivo.
Todos os dados recolhidos, inclusive o código de vetor gerado pela Echo, podem ser gerenciados e excluídos nas configurações do aparelho.
Em venda a partir desta quarta-feira, a Echo Show 15 foi anunciada em setembro de 2021, em um evento em que a Amazon mostrou dispositivos como o Astro, robô com câmera que segue o usuário pela casa. No Brasil, a Echo Show 15 vai custar R$ 1,9 mil.
Primeiras impressões
É quase impossível chamar o dispositivo de "caixinha de som". A Echo Show 15 assume uma outra função dentro de casa por permitir uma interação muito mais dual — aqui, a tela com ferramentas responsivas de fato colaboram com a proposta de ter uma tela no dispositivo.
Isso porque a impressão é que a tela nos aparelhos anteriores ainda não eram o centro da experiência. Na Echo Show 10, por exemplo, o foco era acompanhar o usuário no vídeo, com um sistema de rotação inteligente. O display, porém, era mais informativo do que interativo.
Agora, a televisão-quadro com Alexa quer ser a central da casa não apenas para conectar dispositivos inteligentes, mas para ser o quadro de recados da geladeira, o calendário de papel da parede e o porta-retrato da sala — tudo em um único lugar da casa. É preciso, porém, considerar que é uma compra dupla caso o usuário não queria colocar o aparelho diretamente na parede: a Echo até fica em pé um pouco improvisada, mas para ter segurança no dispositivo é mesmo necessário adquirir o suporte.
Apesar das boas funcionalidades, ainda é um pouco distópico ter um aparelho capaz de reconhecer cada membro da família em poucos segundos. O reconhecimento facial, que a Amazon garante que não envia dados para fora do dispositivo, pode guardar os "perfis" dos moradores e exibir configurações específicas. É como se cada membro tivesse uma área de trabalho.
A câmera, claro, pode ser desativada, mas sem dúvida significa uma perda no que o aparelho se propõe a fazer. Ainda assim, não dá pra negar que ter um "big brother" dentro de casa assusta um pouco e, talvez, ainda não atenda a todos os gostos quando se trata de dispositivos de som conectados no conforto do lar.