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Acordo entre Musk e Twitter está em perigo com 'guerra' sobre bots na plataforma

Em investigação, equipe do bilionário afirmou que não foi possível verificar dados fornecidos pela rede social

8 jul 2022 - 13h56
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O acordo de Elon Musk para comprar o Twitter pode estar em sério risco, afirmaram três pessoas familiarizadas com o assunto para o jornal americano Washington Post, nesta sexta-feira, 8. Depois da investigação sobre o número de contas spam na plataforma, a equipe de Musk concluiu que os números fornecidos pelo Twitter não puderam ser verificados.

A equipe de Musk parou de se envolver em certas discussões sobre o financiamento do acordo de US$ 44 bilhões, inclusive em conversas com um partido, apontado como provável financiador, disse uma das pessoas. As pessoas falaram com o Washington Post sob condição de anonimato, por ser uma negociação considerada sensível pelas partes envolvidas.

As conversas com investidores esfriaram nas últimas semanas depois que Musk levantou dúvidas sobre os vários dados vendidos para clientes que recebeu do Twitter. As dúvidas da equipe de Musk sobre os números de spam indicam que, para o time, não há informações suficientes para avaliar as perspectivas do Twitter como negócio, disseram as fontes.

Agora que a equipe de Musk concluiu que os números do Twitter sobre contas de spam não são verificáveis, é esperado que o bilionário tome medidas potencialmente drásticas, disse uma das pessoas. Segundo a fonte, é provável que uma mudança de direção da equipe ocorra em breve, embora não tenha dito exatamente o que achava que seria essa mudança.

Se Musk desistir do acordo, provavelmente uma enorme batalha legal poderá acontecer em breve.

Os termos do acordo dizem que Musk deve pagar US$ 1 bilhão para romper o acordo, mas especialistas jurídicos disseram que o Twitter poderia tentar forçar Musk a avançar com a compra se o motivo da desistência não se basear em negócios fundamentais da empresa. Quando fez sua oferta, em abril, Musk renunciou ao seu direito de examinar mais profundamente as finanças do Twitter. O porta-voz do Twitter, Trenton Kennedy, se recusou a comentar. Musk também não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

O bilionário abalou o mundo das redes sociais no início deste ano com sua oferta sem precedentes de tornar o Twitter uma empresa privada, argumentando que ele seria capaz de expandir a plataforma e torná-la mais aberta - e, em sua opinião, politicamente neutra. Musk afirmou, por exemplo, que deixaria o ex-presidente dos EUA Donald Trump voltar ao serviço e argumentou que suas práticas de moderação de conteúdo violavam a liberdade de expressão.

Mas, logo depois, surgiram dúvidas sobre se ele realmente seguiria adiante. Uma venda global de ações de tecnologia reduziu profundamente seu patrimônio pessoal, e ele aproveitou a situação para garantir cartas de crédito para financiar a dívida que resultaria da compra do Twitter.

O entusiasmo de Musk em dar seguimento ao acordo tem sido questionado desde, pelo menos, maio, quando ele disse que o acordo estava "suspenso" até que pudesse verificar se a alegação do Twitter de que menos de 5% das contas são bots ou spam estava correta. Ele acusou o Twitter de reter informações, enquanto a empresa disse que estava agindo de boa fé e fornecendo tudo o que os termos do acordo exigiam.

O debate sobre bots no Twitter não é novo. A empresa tem dito que apenas 5% de suas contas são bots ou spam, enquanto pesquisadores externos dizem que o número pode ser muito maior. Devido à rapidez com que as táticas para criar e ocultar a natureza das contas falsas mudam, é difícil até mesmo para especialistas fazer pronunciamentos sobre quem está certo na história.

Estadão
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