98% dos vídeos de deepfake online são pornografia, revela estudo
Pesquisa analisou vídeos de deepfake na internet e identificou que 98% deles são pornográficos; quase todos são sobre mulheres
Um relatório da empresa de segurança Home Security Heroes apontou que cerca de 98% dos vídeos de deepfakes disponíveis na internet envolvem pornografia. A pesquisa levou em conta mais de 95 mil vídeos disponíveis online com a tecnologia.
A pesquisa de nome "2023 State Of Deepfakes" analisou mais de 85 canais e 100 sites dedicados ao tema. Além do uso para material adulto, o estudo ainda abordou o crescimento de novas ferramentas para criar vídeos falsos com AI.
Quase todos os alvos são mulheres
Na divisão por sexo, 99% dos deepfakes pornográficos envolvem mulheres e a maioria das criações com celebridades são sobre atrizes ou cantoras sul-coreanas. Com relação aos vídeos regulares (não eróticos), a porcentagem feminina diminui para 77%.
Além disso, o acesso a esses arquivos é facilitado pelos sites de conteúdo adulto: de acordo com a pesquisa, sete das 10 principais páginas do segmento oferecem vídeos falsos.
Ficou mais fácil criar deepfakes
O crescimento do número de vídeos é meteórico, com um aumento de 550% em relação ao ano de 2019. No caso da pornografia, estudo revela que o ano de 2023 já contabilizou mais de 21 mil vídeos, contra pouco mais de 3.500 no ano passado — um aumento de 464%.
Existe um motivo para isso: as ferramentas para criação de deepfakes estão mais acessíveis com a evolução acelerada de IA generativa em 2023. A variedade de opções para gerar vídeos inclui alternativas gratuitas e que podem ser acessadas rapidamente por um navegador, dispensando o download de um aplicativo específico, com interface amigável ao usuário.
O estudo informa que uma a cada três plataformas de deepfakes não possuem nenhuma restrição contra gerar vídeos pornográficos. Além disso, as ferramentas levam em média 25 minutos para montar um material erótico de até 60 segundos de duração com apenas uma imagem estática — tudo isso de graça.
O desafio para combater deepfakes
Os vídeos que substituem os rostos das pessoas representam ameaças em vários sentidos: uso pornográfico, golpes virtuais e disseminação de fake news são alguns dos problemas. Com relação ao último caso, o Google já se movimenta para incluir um selo de identificação sobre conteúdos gerados por IA durante o período eleitoral nos EUA.
De forma geral, os resultados da pesquisa acendem novamente o alerta sobre a regulamentação de inteligências artificiais generativas — gigantes como Microsoft e OpenAI, criadora do ChatGPT, já reforçaram o pedido para inserir regras no desenvolvimento das ferramentas.
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