Atualizado às 14h58minO tenente Iron Sérgio Ferreira da Silva, do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), afirmou que o grupo vai utilizar uma espoleta elétrica para abrir a carta-bomba enviada ao presidente da Associação da Parada de Orgulho Gay, Lésbicas, Bissexuais e Transgêneros de São Paulo, Roberto de Jesus, sem detonar o artefato.
O objetivo, segundo ele, é preservar as impressões digitais presentes no pacote para verificar os possíveis autores da tentativa de agressão. Ontem, uma carta-bomba havia sido enviada ao coordenador de Desenvolvimento da Ação da Anistia Internacional, José Eduardo Bernardes da Silva.
Oito Policiais do Gate e quatro peritos do Instituto Criminalística (IC) estão trabalhando neste momento na operação, que está sendo realizada no Parque Dom Pedro, na região central de São Paulo. A ocorrência policial será registrada nesta tarde no Departamento de Patrimônios (Depatri), da Polícia Civil.
O vereador Ítalo Cardoso (PT), que é presidente da Comissão Municipal dos Direitos Humanos, e que ontem recebeu uma carta enviada por um suposto grupo skinhead, vai se reunir, às 18 horas, com representantes de organizações ligadas aos direitos humanos.
O encontro, que será no gabinete do vereador, na Câmara Municipal, terá como objetivo estabelecer comportamentos que deverão ser adotados pelos integrantes das associações para que eles não sofram atentados. Além do vereador, o deputado estadual Renato Simões (PT) e o secretário estadual da Segurança Pública, Marco Vinicio Pretrelluzzi, também receberam cartas com ameaças. A polícia civil está investigando se há ligação entre os autores das cartas-bombas e das ameaças.
Democracia - Roberto de Jesus lamentou o incidente e disse "temer pela democracia do País". "Temo por minha integridade física, mas temo principalmente pela democracia do Brasil que está em jogo", afirmou ele. O pacote com a bomba chegou à portaria do edifício na segunda-feira pela manhã. No entanto, apenas hoje foi encaminhada para a sede da Associação. O coordenador da parada afirmou que espera medidas efetivas por parte do Estado no combate aos crimes contra os homossexuais.
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