A Polícia Militar mandou desocupar todo o Edifício Andraus, na região central de São Paulo, por causa de carta-bomba recebida agora pela manhã pela Associação da Parada Gay, Lésbica, Bissexual e Transgêneros, localizada no prédio. A carta foi enviada dentro de uma caixa de sapato para Roberto de Jesus, membro da associação e que este ano coordenou a Parada do Orgulho Gay, realizada em junho, que reuniu 100 mil pessoas em São Paulo. O Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), da Polícia Militar, já chegou ao local. O prédio está sendo sobrevoado por um helicóptero da PM.
Um funcionário do Edifício Andraus, que recepciona a correspondência que chega ao prédio, achou estranho a caixa de sapato, que tinha como destinatário a Congregação Israelita Paulista. Ele percebeu que o conteúdo tinha remetente igual ao enviado ontem para o integrante da Anistia Internacional, José Eduardo Bernardes da Silva, e chamou a Associação, que pediu ajuda da polícia.
Ontem a PM desativou uma bomba endereçada a Silva. Outras duas cartas de teor racista foram endereçadas ao vereador Ítalo Cardoso (PT), presidente da Comissão Municipal dos Direitos Humanos, e ao deputado estadual Renato Simões (PT), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa.
Inicialmente, a Ronda da Polícia Civil tinha evacuado apenas seis andares do prédio, do 10º ao 16º. No 16º andar, além da associação, há ainda outras seis organizações não governamentais (ONGs), entre elas a Associação de Mães de Adolescentes em Risco (AMAR) e Associação das Crianças Perdidas.
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