O assassinato da jornalista Sandra Gomide pelo ex-namorado, o diretor de Redação do jornal O Estado de S. Paulo, Antônio Pimenta Neves, foi um crime anunciado. Nas últimas semanas, ele foi visto andando armado no local de trabalho e prometeu matar Sandra, ex-editora de economia do mesmo jornal, para pelo menos um amigo. Ontem (21) à noite, o delegado titular da 1ª Delegacia de Homicídios de Proteção a Pessoa (DHPP) de São Paulo, Carlos Alberto Sato, afirmou que há suspeitas de que a morte, ocorrida em um haras em Ibiúna, foi premeditada. Há cerca de duas semanas, Sandra registrou um boletim de ocorrência no 36º DP, no Paraíso, acusando o ex-namorado de agressão e invasão de domicílio. Ela disse aos policiais que chegou em seu apartamento, na Vila Mariana, e encontrou Pimenta Neves mexendo no seu armário, com uma arma nas mãos. O ex-chefe ameaçou matá-la e se matar também. Também teria a agredido. Depois, recolheu as jóias que deu de presente a Sandra e foi embora. O caso foi encaminhado à Delegacia da Mulher, mas a jornalista decidiu não continuar o inquérito.
A família de Sandra afirma que ainda assim as ameaças não terminaram. Já estão com as polícias fitas retiradas da secretária eletrônica e o computador da jornalista, com mensagens gravadas e e-mails ameaçadores. O material deverá ser encaminhado hoje à perícia. Também já foram recolhidos pela polícia objetos encontrados na chácara de Pimenta, em Ibiúna: um coldre, 10 cartuchos de calibre 38 e 32 de calibre 380, entre outros objetos.
No domingo, Pimenta Neves chegou cedo ao Haras Setti, em Ibiúna, onde Sandra costumava montar. Por volta das 14 horas, ela chegou junto com as sobrinhas. Pouco depois, o dono do haras, Deomar Setti, e sua família, que faziam um churrasco, ouviram os gritos de "Não, Pimenta. Não" e o barulho de dois tiros. Em seguida, o jornalista foi visto deixando o local de carro, enquanto o corpo era encontrado.
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