O retinoblastoma é um tipo raro de câncer ocular que deixa sintomas como o surgimento de uma área branca e opaca na pupila. Foi isso o que a britânica Danielle Prior, de Surrey, notou na filha, à época com apenas 11 meses.
Enquanto dava o jantar de Evie, a mãe percebeu o que chamou de "nebulosidade" e uma espécie "anel branco" característicos no olho da menina. Sua reação foi logo marcar uma consulta médica.
Em seguida, exames foram feitos e confirmaram o diagnóstico de retinoblastoma, doença que atinge, por ano, cerca de 40 crianças no Reino Unido e 300 nos Estados Unidos. No Brasil, são 400 casos em média, segundo o Ministério da Saúde.
Segundo o Daily Mail, Evie foi submetida a uma cirurgia exploratória que confirmou um retinoblastoma de grau D — um estágio avançado da doença, que já havia consumido 3/4 da visão da criança.
"Antes de Evie ser diagnosticada, nós pensávamos: 'talvez estejamos errados'. Pode ser benigno ou apenas catarata", disse Danielle.
"Quando eu soube do diagnóstico, eu caí em um buraco escuro até que eu pude encontrar tratamento".
A criança passou por seis ciclos de quimioterapia intra-arterial, o que significa uma dose concentrada de quimioterapia dada diretamente no olho afetado. Funcionou.
Atualmente, Evie está em fase de remissão. Ou seja, a cada seis meses, a família precisa avaliar, por meio de exames, se a criança foi totalmente curada. "Esse tratamento tem uma boa taxa de sucesso em outros países e, em alguns casos, também recupera a visão, então nós estamos tentando ajudá-la", afirmou a mãe.
Ansiedade agravada
Embora o tratamento esteja dando certo, mãe e filha foram impactadas pela gravidade da situação. De acordo o portal, as frequentes consultas médicas deixaram Evie ansiosa.
"Ela está assustada e nervosa, isso realmente afetou ela. (...) Ela não gosta de estranhos e está até um pouco insegura perto de outras crianças, é horrível", desabafou Danielle. A mulher diz que a família tenta recuperar a confiança da criança.
Doença também atinge a filha de Tiago Leifert
Em 2021, o apresentador Tiago Leifert e a jornalista Daiana Garbin anunciaram que a filha deles, Lua, portava um retinoblastoma. Nesta semana, em entrevista ao "Pânico", ele explicou que a menina de 2 anos segue em tratamento.
"A gente não considera em fase de controle, tecnicamente. Com criança é diferente. A gente segue muito em cima e com muito frio na barriga ainda", relatou, como reproduzido pelo site da revista “Caras”.
Desde que revelou o diagnóstico da filha, ele e a esposa criaram a campanha "De Olho nos Olhinhos". A ação visa alertar sobre o problema e chamar atenção de pais e cuidadores para o tratamento precoce.
"Se eu soubesse dos sintomas, eu tinha levado minha filha pelo menos três meses antes no oftalmo. A gente teria pego um pouco melhor. A gente pegou nos dois olhos dela, no grupo E, que é o pior possível. No grupo E, as chances de salvar são muito pequenas, e graças a Deus a gente está conseguindo", ressaltou.
Outros sintomas da doença
Além do "olho de gato" ou leucocoria, como tecnicamente se chama a área branca e opaca desenvolvida na pupila da criança, outros sintomas citados pelo Ministério da Saúde são problemas na movimentação do olho, redução da visão em um olho, dor no olho, globo ocular maior que o normal e olho preguiçoso (ambliopia).
Para o diagnóstico, todo bebê deve fazer o "Teste do Olhinho" logo após o nascimento e repeti-lo com frequência até os 5 anos, período que abrange a faixa etária mais atingida pela doença. O exame é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS).