Dengue mata mais de mil pessoas em SP em 2025

Estado contabiliza mais de 810 mil casos confirmados da doença

20 jul 2025 - 16h11

O Estado de São Paulo registrou 1.007 mortes por dengue neste ano, segundo dados do painel de monitoramento da doença. Outros 216 óbitos estão sendo investigados.

Ao todo, já são 810.153 casos confirmados e outros 46.971 estão em investigação. Apenas na Capital, são 59.296 casos confirmados e 2.365 em análise.

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Estado de São Paulo contabiliza mais de mil mortes por dengue em 2025
Estado de São Paulo contabiliza mais de mil mortes por dengue em 2025
Foto: Fabio Motta/Estadão / Estadão

A cidade contabiliza 34 óbitos confirmados, além de 29 mortes ainda em investigação. Em São José do Rio Preto, local com mais casos fatais, 41 pacientes não resistiram à doença.

Junto a Rio Preto e São Paulo, aparecem na lista de locais com mais casos fatais as cidades de Marília, com 31 mortes, e Americana e Sorocaba, com 29 óbitos cada.

Em comum, todos esses municípios apresentaram um número expressivo de óbitos entre idosos, especialmente entre 65 e 79 anos.

"Historicamente, os extremos de idade são os que mais sofrem as complicações ou os óbitos por arboviroses, não só no Estado de São Paulo, mas no Brasil como um todo", diz Nathalia Franceschi, assessora técnica em saúde da Secretaria Estadual de Saúde (SES-SP).

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Nesse sentido, a atenção com as crianças e com os mais velhos deve ser redobrada. "Orientamos que, ao apresentarem qualquer sinal ou sintoma, procurem imediatamente uma unidade de saúde para atendimento", afirma Nathalia, ressaltando que a automedicação deve ser evitada.

Sazonalidade da dengue

Em 2025, o pico de casos foi registrado na 12ª semana epidemiológica, em março, com 56.597 diagnósticos positivos para o vírus. Apesar do volume elevado, os números caíram de forma acentuada a partir da 17ª semana, mostrando um comportamento diferente do observado em 2024, quando a alta ocorreu entre fevereiro e maio.

Segundo Nathalia, a mudança está associada à reintrodução do sorotipo 3 da dengue. Existem ao todo quatro sorotipos do vírus (DENV1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4) e nos últimos anos predominaram os tipos 1 e 2. Isso significa que pessoas anteriormente infectadas desenvolveram anticorpos para esses sorotipos, não para o 3, daí uma alta suscetibilidade — ao contrair dengue, o organismo desenvolve anticorpos específicos contra o sorotipo do vírus responsável pela infecção, mas não para os outros, por isso a doença poder ser contraída até quatro vezes.

"Em períodos de alta transmissão, as atividades abrangem controle de criadouros, nebulização ou fumacê, e são intensificadas. Só que agora nós estamos em um período intersazonal, então o foco é a preparação das equipes e capacitação, tanto na parte de controle do vetor como na parte assistencial, para manejo clínico dos pacientes com suspeita."

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