China autoriza testes em humanos de vacina por spray nasal contra covid-19

Especialistas dizem que conclusão das três fases levaria pelo menos um ano; primeira etapa de testes começará em novembro

11 set 2020 - 07h24
(atualizado às 07h40)

A China autorizou o início de testes clínicos em humanos de mais uma possível vacina contra o novo coronavírus - esta seria administrada por spray nasal em vez de injeção, informou o portal de notícias Sina nesta sexta-feira, 11.

Depois de receber aprovação da Administração Nacional de Produtos Médicos, este imunizante começará a primeira fase de testes em novembro com uma centena de voluntários na cidade costeira de Dongtai, na província oriental de Jiangsu. O projeto foi desenvolvido em conjunto pelas universidades de Xiamen e Hong Kong e a empresa de biotecnologia Wantai, em Pequim.

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Os especialistas citados pela imprensa estatal afirmam que a conclusão das três fases de testes levaria pelo menos um ano. Mas, se eficaz, a vacina poderia oferecer uma "dupla imunidade" - contra o coronavírus causador da covid-19 e da gripe.

A razão para isso é que fragmentos da espícula (proteína que forma a "coroa" e dá nome ao agente infeccioso) do SARS-CoV-2 têm sido usados ??em vírus atenuados da gripe comum.

Os pesquisadores do projeto esperam que, ao administrar a vacina por spray nasal, a via habitual de infecção dos vírus respiratórios, seja induzida uma resposta imunológica, embora ainda não se saiba se a proteção duraria mais ou menos do que se fosse injetada.

Por enquanto, são esperados apenas efeitos colaterais leves, como rinorreia (congestão nasal), apesar de ser possível asma ou falta de ar. Se bem-sucedido, esse método facilitaria a produção de imunizantes e as campanhas de vacinação, aponta o jornal Global Times.

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A Universidade de São Paulo (USP) também está desenvolvendo um imunizante por spray nasal contra a covid-19. Em junho, um protótipo de imunização, aplicado para combater a hepatite B em camundongos, começou a ser testado com um novo modelo redirecionado para coibir o SarS-CoV-2.

Caso seja aprovado, a estimativa é que o produto seja comercializado por aproximadamente R$ 100 e com capacidade para produção inicial de 24 mil doses por semana até o final deste ano ou início do próximo.

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