A técnica dos '5S' para acalmar choro de bebês funciona? Aprenda a fazer

Pediatras ensinam como aplicar corretamente a técnica que está ganhando popularidade nas redes sociais.

2 nov 2024 - 05h01
Mulher segurando um bebê nos braços.
Mulher segurando um bebê nos braços.
Foto: Freepik

A técnica dos “5S” – composta pelos elementos “swing” (balanço), “swaddle” (enrolar), “suck” (sucção), “side” (posição de lado) e “shushing” (som de “shhhh”) – é uma abordagem que vem ajudando muitos pais a acalmar seus bebês em momentos de choro e desconforto leve. 

Nas redes sociais, mamães, papais, médicos e responsáveis por bebês defendem a eficácia da técnica e recomendam a dinâmica para acalmar os choros dos recém-nascidos. Mas será que a técnica dos ‘5S’ para acalmar bebês realmente funciona? 

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Em entrevista ao Terra Você, a pediatra, Tatiana Cicerelli Marchini, diz que a técnica é especialmente eficaz em bebês nos primeiros meses de vida, fase em que o choro inconsolável, muitas vezes associado à cólica, é comum.

Em que situações a técnica dos “5S” é mais indicada?

De acordo com a especialista, a técnica é recomendada para bebês que estão chorando por desconforto leve, cansaço ou excesso de estímulos, por isso é mais útil nos primeiros meses de vida. 

“É nessa fase que os bebês apresentam um choro inconsolável sem causas aparentes, e o método se mostra especialmente eficaz por imitar sensações de segurança e conforto que o bebê vivenciava no útero”, detalha a pediatra.

Aplicação dos ‘S’ requer atenção especial

Entre os elementos dos “5S”, o “swaddle” (enrolar o bebê) requer atenção especial para evitar riscos ao desenvolvimento. “O ‘swaddling’ deve ser feito com cautela, principalmente para não prejudicar o desenvolvimento dos quadris e reduzir o risco de sufocamento. As pernas e os quadris precisam ter espaço para movimentação, com os joelhos flexionados e abertos, recomenda a pediatra. 

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Além disso, é importante interromper o “swaddling” quando o bebê começa a tentar rolar, geralmente entre 2 e 4 meses.

Quanto ao “shushing” – som de “shhhh” – deve ser semelhante ao ruído branco e serve para bloquear outros sons que poderiam distrair o bebê. Segundo a especialista, o som deve ser mantido em um volume moderado, abaixo de 50 decibéis, o que equivale ao nível de um chuveiro.

“O som não precisa ser muito alto para ser eficaz; ele deve ser contínuo e próximo do bebê, mas a uma distância segura para proteger sua audição”, orienta a médica.

Os “5S” tendem a ser mais eficazes até os 4-6 meses, período em que o bebê ainda responde bem a estímulos de contenção e balanço. Após esse período, conforme o bebê desenvolve outras formas de autoconforto, a eficácia da técnica pode diminuir naturalmente. 

Adaptações para condições específicas

Para bebês que sofrem de refluxo, a pediatra Cecilia Gama, indica algumas adaptações podem ajudar a evitar o desconforto associado à regurgitação:

Evitar o Swaddle muito apertado no abdômen

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Um swaddle muito apertado pode aumentar a pressão abdominal, piorando o refluxo. Envolver o bebê de maneira mais solta, especialmente na região da barriga, pode ajudar a reduzir esse desconforto.

Posição do bebê

Ao aplicar o “Side-Stomach Position” (posição de lado) do método 5S, é ideal manter o bebê levemente inclinado em seus braços, com a cabeça um pouco mais elevada do que o restante do corpo. Isso ajuda a evitar o refluxo durante o processo de acalmar o bebê. Após o bebê se acalmar, o ideal é colocá-lo para dormir de barriga para cima, pois é a posição mais segura.

Evitar o uso de chupeta imediatamente após as mamadas

Para reduzir o risco de regurgitação, é ideal esperar alguns minutos após a mamada antes de oferecer a chupeta (o “Sucking” do 5S).

Bebês com Cólica Intensa

Para bebês com cólicas intensas, o 5S pode ser ajustado para ajudar a aliviar o desconforto abdominal e acalmar as dores:

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Massagens leves antes do Swaddle

Antes de envolver o bebê, os pais podem realizar uma massagem leve na barriga do bebê, fazendo movimentos circulares no sentido horário. Isso ajuda a aliviar o gás e a reduzir o desconforto causado pela cólica.

Swaddle com as pernas levemente soltas

Em vez de envolver as pernas muito apertadas, manter um pouco de liberdade para que o bebê possa mexê-las pode ajudar a liberar gases, o que traz alívio para a cólica.

Balanço suave com movimentos circulares

O “Swinging” (balanço) pode ser adaptado para movimentos suaves e circulares, que podem ajudar a aliviar a dor da cólica. Os pais podem segurar o bebê em posição de “tigela” (segurando a barriga com a mão e inclinando o bebê para baixo) e balançá-lo levemente nessa posição. Esse movimento ajuda a massagear o abdômen e a aliviar os gases.

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Ruído branco contínuo

Bebês com cólicas intensas costumam se acalmar com um som “Shhhh” constante ou um ruído branco mais baixo e contínuo, que ajuda a manter um ambiente tranquilo e menos estressante.

Atenção ao ruído branco

Recentemente, o uso de ruído branco vem sendo desaconselhado para bebês, especialmente em volumes altos ou por longos períodos, devido aos potenciais riscos ao desenvolvimento auditivo e à qualidade do sono. Marchini sugere alternativas mais suaves, como:

Ruídos naturais: sons de chuva, vento ou ondas do mar, que são mais naturais e relaxantes.

Batimentos cardíacos: som semelhante ao ouvido no útero, que pode ser especialmente calmante para recém-nascidos.

Música suave e melodias de ninar: canções de ninar ou melodias instrumentais que ajudam a acalmar sem volumes contínuos.

Voz dos pais: falar ou cantar suavemente ajuda a criar uma sensação de segurança e conforto.

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A profissional reforça que, independente do som escolhido, ele deve ser mantido abaixo de 50 decibéis e usado apenas pelo tempo necessário para acalmar o bebê.

Fonte: Redação Terra Você
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