COP-30: Ilha do Combu ganha fama e atrai autoridades estrangeiras

Lista de visitas inclui presidente do Conselho Europeu, representantes da realeza iraniana e ministra alemã

9 nov 2025 - 19h25
(atualizado às 21h10)

ENVIADA ESPECIAL A BELÉM - A dez minutos de barco do centro de Belém, a Ilha do Combu virou novamente local de peregrinação de autoridades estrangeiras, que estão na cidade para a COP-30, a cúpula da ONU sobre Mudanças Climáticas. Em março de 2024, os presidentes brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, e francês, Emmanuel Macron, visitaram o local, que é área de proteção ambiental e ganhou fama pelo cacau produzido ali.

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Nos últimos dias, passaram pela ilha o presidente do Conselho Europeu, António Costa, representantes da realeza iraniana e a ministra de Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha, Reem Alabali-Radovan. A rainha Mary da Dinamarca deverá ir à ilha nos próximos dias.

480 famílias vivendo na ilha Ilha do Combu, em Belém (PA).
480 famílias vivendo na ilha Ilha do Combu, em Belém (PA).
Foto: Júlia Pereira/Estadão / Estadão

Radovan visitou o Combu na tarde deste domingo, 9, e esteve na loja de chocolates da Dona Nena, estabelecimento pelo qual também passaram Lula e Macron no começo do ano. Ela começou a produzir chocolates em 2006 com o cacau cultivado no seu quintal e hoje vende para todo o Brasil pela internet.

Dona Nena recebeu recursos do governo alemão por meio do Ministério de Cooperação para fazer melhorias em seu estabelecimento. A doação será usada para construir um segundo andar na fábrica de chocolates e uma maloca.

Durante a visita, ela afirmou à ministra que também precisa de recursos para baterias para seus painéis de energia solar. A energia da rede elétrica na ilha cai com frequência, queimando seus equipamentos. "Essas visitas ajudam a gente. Porque as pessoas ficam sabendo das nossas dores", diz Dona Nena.

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Ministra de Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha, Reem Alabali-Radovan, aproveitou o domingo para visitar a Ilha do Combu.
Foto: Júlia Pereira/Estadão / Estadão

Com 480 famílias vivendo na ilha, o Combu não tem água potável. Moradores compram água mineral e os estabelecimentos turísticos contratam barcos-pipa.

Radovan se disse impressionada com a história de Dona Nena, por ela produzir de forma sustentável e gerar empregos para a comunidade local. Hoje, a empresa da paraense emprega 20 pessoas.

Ilha do Combu ganhou fama e tem atraído autoridades estrangeiras antes mesmo de a COP começar.
Foto: Júlia Pereira/Estadão / Estadão

Ainda na ilha do Combu, a ministra almoçou no restaurante Saldosa Maloca. Dona do estabelecimento, Prazeres Quaresma dos Santos disse que as vendas no fim de semana aumentaram 50% com a COP. Na quinta e na sexta-feira, porém, o movimento foi fraco.

Santos ainda receberá nos próximos dias a delegação de um ministro do Meio Ambiente de um país europeu.

Barqueiros que trabalham no transporte entre o centro e a ilha comemoraram uma alta de cerca de 40% no número de passageiros no sábado e no domingo - grande parte formada por estrangeiros.

No centro de Belém, restaurantes também ficaram cheios no fim de semana que separou a Cúpula dos Líderes da COP e a COP. No Amazônia na Cuia, que tem três unidades na cidade, o movimento cresceu 20%. No sábado, uma das lojas recebeu um evento para 120 estrangeiros.

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Neste ano, funcionários do restaurante fizeram um curso de inglês de seis meses para se prepararem para atender durante a COP.

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