A temporada de 2021 da Fórmula 1 já se foi e deixou saudades em todos os fãs. Claro, muita gente ficou na bronca com o final polêmico, mas ninguém pode negar que foi um campeonato dos mais emocionantes do começo ao fim. Literalmente!
Ao todo, foram 22 GPs ao longo do ano, com os carros completando nada menos que 1297 voltas. E o campeão foi decidido apenas na última delas. Restavam menos de 4,2 quilômetros para o fim do campeonato quando a ultrapassagem decisiva de Max Verstappen sobre Lewis Hamilton aconteceu. Para colocar em perspectiva, 99,93% dos 6.409 km de disputa já haviam sido concluídos quando tudo se decidiu.
Essa disputa tão equilibrada fez do campeonato de 2021 nada menos que histórico. E foram poucas as vezes em que uma temporada entregou tantas corridas empolgantes quanto em 2021.
O Parabólica listou as 10 corridas mais empolgantes do campeonato recém-finalizado. Em outras temporadas, um top 5 poderia ser suficiente para a maior parte da emoção, mas seria injustiça escolher só cinco desse ano e deixar tanta ação de fora.
Escolhemos aquelas que valem usar o tempo livre das férias para assistir de novo. Que serão lembradas, comentadas e discutidas no futuro. Vamos lá?
10ª – GP do Barein
A abertura do campeonato deu o tom da disputa que se desenrolaria até o final do ano. Hamilton largou em 2º, logo atrás de Verstappen, e as posições foram mantidas até a primeira rodada de pit stops, quando o inglês assumiu a liderança na estratégia. Verstappen partiu para o ataque no último stint da corrida e chegou a ultrapassar Hamilton a três voltas do fim, mas o fez além dos limites da pista e teve que devolver a posição.
Max ainda tentou até os metros finais, mas Hamilton segurou a pressão e venceu por apenas 0s7. Bottas completou o pódio, formando aquele que seria o pódio que mais vezes se repetiria no ano: foram cinco vezes da sequência Hamilton-Verstappen-Bottas e mais duas com Max à frente de Lewis.
Logo em sua estreia pela Red Bull, Sergio Perez fez boa corrida de recuperação após largar dos boxes, terminou em 5º e foi o eleito o piloto do dia. Tsunoda, estreando na F1, deu canseira em Alonso e Vettel e foi outro destaque positivo, terminando na zona de pontuação.
9ª – GP da Emília-Romanha
Na segunda corrida da temporada, Max foi 3º na classificação, atrás de Hamilton e de Sergio Perez – uma das únicas vezes em que largou atrás do companheiro em todo o ano. Com pista úmida, ele largou muito bem e foi agressivo para cima de Hamilton na curva Tamburello, assumindo a liderança já nos primeiros metros.
Verstappen abriu vantagem nas voltas iniciais. Hamilton errou ao tentar ultrapassar retardatários e quase ficou atolado na brita, mas conseguiu dar ré e voltar para a pista. Ele contou com uma bandeira vermelha logo em seguida, causada por um forte acidente entre Bottas e Russell, para minimizar o prejuízo.
Na relargada, Hamilton partiu de 9º e galgou posições até ser o 2º, mas Verstappen já estava fora do alcance. Primeira vitória do holandês no ano, com Hamilton em 2º e Lando Norris, destaque do dia, fechando o pódio.
8ª – GP da Itália
Bottas venceu a sprint no sábado, mas largou em último por trocar o motor. Com isso, Verstappen herdou a pole. Na largada, melhor para Daniel Ricciardo, 2º, que partiu melhor e assumiu a liderança nos metros iniciais. Ainda na primeira volta, Hamilton também tentou o ataque em Verstappen, mas foi bloqueado pelo rival.
Nas paradas para troca de pneus, os deuses do automobilismo agiram e a Red Bull fez uma rara má parada em Verstappen, de 11 segundos, enquanto a Mercedes também foi mal e demorou 4 segundos para liberar Hamilton. Com isso, a diferença entre os dois foi anulada, e Hamilton retornou à pista justamente emparelhado com seu rival. Os dois se espremeram na primeira chicane, e o resultado foi ruim para ambos: o carro de Max parou em cima do de Lewis, e a corrida acabou mais cedo para os dois.
Na relargada, Ricciardo manteve a liderança e Norris deixou Leclerc para trás, garantindo uma surpreendente dobradinha para a McLaren, algo que nem Mercedes nem Red Bull conseguiram em 2021. A briga foi intensa pelo 3º lugar, com as duas Ferraris, Perez e Bottas duelando de forma ferrenha. Melhor para Bottas, em boa corrida de recuperação.
7ª – GP da Inglaterra
A primeira corrida sprint da história da F1 foi vencida por Max Verstappen, que superou Hamilton já na largada e não foi mais incomodado.
Verstappen largou da pole na corrida principal, e foi a vez de Hamilton ir para cima logo no começo. O inglês foi para o ataque e ambos protagonizaram uma dura batalha na primeira volta. Eles se tocaram na velocíssima curva Copse, com Verstappen indo parar violentamente no muro - e no hospital para exames.
Hamilton caiu novamente para 2º e ainda foi punido em 10 segundos pelo acidente. Ele se recuperou, passou Bottas, alcançou Leclerc na penúltima volta e venceu, para festa dos presentes em Silverstone - e para fúria de Verstappen e da Red Bull.
6ª – GP da Rússia
No sábado, a primeira pole da carreira de Lando Norris. Ele e Carlos Sainz, que largara em 2º, duelaram pela liderança nas primeiras voltas. Mais atrás, Hamilton sofria. Após largar em 4º, era o 7º na parte inicial da corrida, sem conseguir avançar. Já Verstappen, que havia largado em último por trocar o motor, se recuperava bem andava próximo ao pelotão de Hamilton.
Depois de parar nos boxes para colocar os pneus duros, que rendiam mais, Hamilton começou a escalar posições até chegar próximo ao líder Norris. A chuva apareceu a poucas voltas do fim, bagunçando as estratégias. Hamilton soube usar sua experiência para escolher o momento certo de colocar os pneus intermediários e assumir a ponta, se aproveitando da insistência de Norris em ficar na pista. O jovem inglês não trocou os pneus com a pista molhada e viu uma vitória bem encaminhada virar um frustrante 7º lugar.
Com o caos que se fez com a chegada da chuva, as posições mudaram bastante nas voltas finais. Verstappen soube se aproveitar da situação e cruzou em 2º, em resultado melhor do que ele mesmo esperava obter após largar do último lugar.
5ª – GP da Hungria
A primeira curva da corrida foi determinante. Com asfalto molhado, Bottas e Stroll perderam o ponto de freada e causaram um acidente envolvendo vários carros, motivando uma bandeira vermelha. Na relargada, todos os remanescentes puseram pneus de pista seca - menos Hamilton, que ficou sozinho no grid e teve que parar na volta seguinte, caindo para último.
Na bagunça de posições da relargada, despontaram o improvável líder Esteban Ocon e Sebastian Vettel, que ia em sua cola. Hamilton foi escalando o pelotão, até ficar preso atrás de Fernando Alonso, que se defendeu de maneira magistral. A defesa de Alonso atrasou Hamilton o suficiente para ele não pudesse mais alcançar Ocon. O francês anotou sua primeira vitória na carreira - e a primeira da equipe Alpine.
Vettel cruzou a linha em 2º, mas foi desclassificado após a prova por terminar sem combustível no tanque. Com isso, Hamilton herdou o segundo lugar e Sainz foi promovido ao pódio. Verstappen, com o carro muito danificado pela batida da primeira volta, foi apenas o 9º.
4ª – GP do Azerbaijão
Leclerc fez a pole pela segunda corrida seguida. Mas quem brilhou na corrida foi Verstappen. Ele passou Hamilton e Leclerc e liderava de forma folgada, até que a vitória que parecia certa foi embora: a 4 voltas do fim, um de seus pneus estourou e ele foi parar no muro. Pouco antes, um acidente muito parecido havia acontecido com Lance Stroll, mas ainda mais forte.
Na relargada, Hamilton errou um botão no volante e perdeu o ponto de freada, caindo de 2º para último. Melhor para Sergio Perez, que venceu pela primeira vez com a Red Bull. Sem Verstappen e com as Mercedes em dia péssimo, a briga foi intensa pelo pódio nas voltas finais. Sebastian Vettel se saiu melhor e foi o 2º, com Pierre Gasly logo atrás. Esse seria o único pódio tanto de Aston Martin quanto de AlphaTauri no ano.
3ª – GP do Brasil
Essa já está na história. No sábado, Hamilton largou em último na sprint após ser punido por uma irregularidade na asa traseira. Em apenas 24 voltas, ele passou 15 carros e terminou em 5º. Veio outra punição, dessa vez por troca de motor, e o 10º lugar no grid da corrida principal.
Mantendo o ritmo alucinante do sábado, Hamilton passou um a um dos carros à sua frente até chegar às Red Bulls. Primeiro, Perez se defendeu bem e atrasou o inglês. Depois, Verstappen fez jogo duríssimo e chegou a jogar a si próprio e a Hamilton para fora da pista, mas não foi suficiente. Uma das grandes vitórias da carreira de Hamilton, que ainda vibrou com a bandeira brasileira e emocionou o público em Interlagos.
Verstappen e Bottas completaram o pódio – que contou até com a presença de um engenheiro brasileiro da Mercedes.
2ª – GP de Abu Dhabi
Empatados nos pontos até nos décimos (369,5 para cada), Verstappen e Hamilton foram para o tudo ou nada em Abu Dhabi. Max, pole, perdeu a liderança para Lewis ainda na largada da corrida final do ano. O holandês ainda tentou dar o troco na primeira volta de forma agressiva, mas sem sucesso. A Red Bull ainda segurou o avanço de Hamilton com Sergio Perez, que ficou na pista para atrasa-lo. Mas também não foi suficiente.
O time azul marinho, então, partiu para uma estratégia diferente, colocando pneus novos durante as paradas de bandeira amarela, enquanto a Mercedes mantinha Hamilton com compostos velhos – e, mesmo assim, o inglês sustentava uma vantagem confortável na liderança.
Tudo parecia bem encaminhado para Hamilton até um safety car a poucas voltas do fim mudar tudo. Verstappen conseguiu colocar pneus macios novos, enquanto Hamilton ficou com os duros bastante usados. A direção de prova deu a (polêmica) relargada apenas para a última volta, quando Verstappen conseguiu dar o bote e passar Hamilton, segurando o contra-ataque do rival para faturar a vitória - e o título.
1ª – GP da Arábia Saudita
A penúltima corrida do ano foi carregada de tensão. Pista perigosa, acidentes fortes, Verstappen batendo na classificação, rivalidade entre Hamilton e Verstappen em seu auge, com os dois se encontrando na pista diversas vezes.
Hamilton largou da pole e se manteve em 1º até a primeira reviravolta da prova: batida de Mick Schumacher e bandeira vermelha. O inglês havia trocado seus pneus antes de a bandeira ser dada, enquanto Verstappen pôde fazer a troca com a corrida parada e herdar a liderança. Na relargada, Hamilton pulou bem, mas foi fechado por Max e caiu para 3º.
Novo acidente forte, dessa vez entre Russell, Mazepin e Perez, e outra bandeira vermelha. Mais uma relargada, e dessa vez foi Max, agora 3º após ser punido por fechar Hamilton, quem partiu bem e assumiu a dianteira.
Hamilton perseguiu e atacou Verstappen, que se defendeu de forma agressiva por fora da pista e teve que devolver a posição. Mas o holandês o fez diminuindo em plena reta, o que provocou uma colisão. Hamilton, com o carro danificado, se recuperou, alcançou o rival de novo e os dois ainda trocaram de posições algumas vezes até Hamilton se consolidar à frente, vencer e empatar o campeonato para a corrida final.
Ocon, que chegou a liderar, andou em 3º na maior parte da prova, mas foi superado por Bottas quase na linha de chegada e perdeu a última posição do pódio por um décimo de segundo.
