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Silenciosa despedida no velório das vítimas do incêndio em Porto Alegre

Servidores e religiosos prestam última homenagem a vítimas esquecidas, enquanto a chuva aumenta a tristeza da despedida

28 abr 2024 - 00h09

Servidores da assistência social da prefeitura de Porto Alegre e religiosos prestaram homenagem de despedida a quatro dos 10 mortos pelo incêndio na Pousada Garoa, ocorrido na madrugada de sexta-feira (26). Nenhum familiar compareceu ao velório dessas quatro vítimas, que foram sepultadas no Cemitério São João, Zona Norte da Capital. As homenagens foram realizadas sob uma chuva incessante, tornando a despedida ainda mais sombria para esses albergados. O incêndio, cujas causas ainda são desconhecidas, atingiu a pousada na Avenida Farrapos, no bairro Floresta, onde havia 60 vagas, sendo 16 custeadas pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

Foto: Ricardo Giusti / Porto Alegre 24 horas

Até o momento, cinco das vítimas foram identificadas e sepultadas, enquanto os corpos das outras cinco ainda não puderam ser reconhecidos devido à desfiguração. A identificação está sendo tentada através de exames de DNA ou arcada dentária pelo Departamento Médico Legal (DML). Este é o maior incêndio em número de mortes em Porto Alegre desde 1976.

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Os corpos foram sepultados em uma área ao ar livre, arborizada, com sepulcros de cimento próximos uns aos outros. O secretário de Modernização e Gestão da prefeitura, Rogério Beidacki, compareceu ao velório coletivo e expressou pesar pelo incêndio, prometendo esforços redobrados para identificar as vítimas restantes. O custo do velório e do sepultamento foi coberto pela funerária Angelus, já que nenhum familiar das vítimas se apresentou para ajudar. Cada ataúde recebeu uma coroa de flores com o nome do falecido.

Assistentes sociais que conheciam as vítimas descreveram um padrão em comum: todas eram pessoas em situação de rua que buscavam tratamento para problemas emocionais e psíquicos. Estavam distantes de suas famílias e não recebiam visitas de parentes, que também não compareceram para reconhecer os corpos.

Durante a primeira parte do velório, os corpos permaneceram sozinhos em duas capelas contíguas, sem visitantes, chocando e comovendo aqueles que participavam de outras cerimônias fúnebres no mesmo cemitério. Aos poucos, servidores da prefeitura começaram a chegar, conhecendo as vítimas.

O padre Lucas Matheus Mendes, da Basílica das Dores, que presidiu as cerimônias fúnebres, destacou a importância da solidariedade em momentos como este, lembrando que além dos laços de sangue, existem laços de fé e compaixão entre os seres humanos. Suas palavras emocionaram muitos dos presentes, incluindo os servidores que conviveram com as vítimas em abrigos e pousadas.

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