O economista e sócio-fundador da RK Partners, Ricardo Knoepfelmacher, tem sido um ativo participante do mercado de reestruturações de empresas e, consequentemente, atento observador da oferta de crédito no País: "Temos um encolhimento no mercado de crédito", constatou ele em novembro do ano passado.
O consultor Ricardo K, como Ricardo Knoepfelmacher é mais conhecido no mundo empresarial, também vem alertando o mercado para o risco de "calote" das dívidas de grandes empresas, como revelou estudo recente da RK Partners. Apesar do quadro adverso, Knoepfelmacher que promoveu a reestruturação do império X, do empresário Eike Batista, acredita em uma normalização do mercado em um prazo de até dois anos.
As previsões de Ricardo K para o mercado de crédito foram confirmadas em agosto. Segundo o artigo do articulista Vinícius Torres Freire, do portal UOL, do grupo Folha de São Paulo, em 29 de setembro "há 12 meses diminui o total de dinheiro emprestado pelos bancos. Houve descidas mais longas, mas não se via uma tão profunda desde os tempos em que Fernando Collor confiscou os dinheiros, 1989-1990".
Segundo o mesmo articulista em "dois bancões privados, as primeiras projeções do aumento total do crédito, o crescimento real (descontada a inflação) é algo em torno de zero".
O colunista assinala ainda que "em relação ao tamanho da economia, como proporção do valor do PIB, o crédito baixou de 54,53% em dezembro de 2015 para 51,13%. Perda de 3,4 pontos percentuais, uma enormidade; desses, 3 pontos percentuais foram em redução de crédito para pessoas jurídicas".
"Em um quadro como esse, caracterizado por crédito escasso, as alternativas têm sido os fundos distressed debt (empréstimo para empresas com dificuldades) e, no caso das pequenas e medias empresas, tem havido uma maior recorrência ao uso de factorings", avalia Ricardo Knoepfelmacher.