A Promotoria de Justiça do Vaticano emitiu nesta sexta-feira (5) um mandado de prisão contra o italiano Gianluigi Torzi, intermediário e um dos acusados de fazer parte de um esquema de compra de imóveis no exterior com dinheiro da Igreja.
A detenção ocorreu ao final do interrogatório do italiano, que estava acompanhado de seus advogados de defesa. A ordem foi assinada pelo promotor Gian Piero Milano e seu vice Alessandro Diddi.
Segundo comunicado oficial, Torzi é "acusado de extorsão, peculato, fraude agravada e lavagem de dinheiro". Os crimes, segundo a lei do Vaticano, podem resultar em penas de até 12 anos de prisão.
A medida faz parte do inquérito que investiga operações irregulares, incluindo milionárias transações de imóveis no exterior com recursos do Óbolo de São Pedro, sistema de arrecadação dos donativos à Igreja Católica.
De acordo com a Justiça vaticana, Torzi estaria envolvido na venda e compra de um edifício residencial em Londres, em uma transação de US$200 milhões, em parceria com um fundo de Luxemburgo.
Até o momento, o acusado está mantido em instalações especiais no quartel da Gendarmaria. Ele é a primeira pessoa a ser detida no inquérito, que também investiga outros funcionários de alto escalão do Vaticano.
No ano passado, o escândalo já havia levado à suspensão de cinco trabalhadores da Santa Sé, à renúncia do chefe de polícia do Vaticano e à saída do ex-chefe da Autoridade de Informações Financeiras (AIF) do Vaticano.