Secretário-geral da ONU descarta reimpor sanções contra Irã

EUA anunciaram ação unilateral contra iranianos no fim de semana

21 set 2020 - 11h43
(atualizado às 12h01)

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, descartou nessa segunda-feira (21) impor novas sanções contra o Irã, como pedem os Estados Unidos, se o Conselho de Segurança não determinar a medida.

EUA quer reintroduzir sanções econômicas e políticas contra os iranianos
EUA quer reintroduzir sanções econômicas e políticas contra os iranianos
Foto: EPA / Ansa - Brasil

Em uma carta enviada ao presidente atual do Conselho, o líder do Palácio de Vidro explicou que "parece haver a incerteza" se os EUA ativaram ou não o chamado snapback - um dispositivo que permite que um dos países que firmaram o acordo nuclear com Teerã em 2015 possa reimplantar sanções.

Publicidade

"O Conselho de Segurança não iniciou nenhuma ação sucessiva ao recebimento da carta do secretário de Estado dos Estados Unidos, nem o fez algum de seus membros ou o seu presidente", destacou Guterres ressaltando ainda que uma decisão sobre o caso "não deve ser realizada pelo secretário-geral".

O chamado grupo 5 + 1 é formado pelos cinco membros permanentes do CS (China, Rússia, EUA, França e Reino Unido) e a Alemanha, bem como tem a observação da União Europeia. No entanto, em 2018, o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou o seu país do pacto por considerá-lo "ruim" e vem aplicando sanções contra os iranianos.

Agora, em época de campanha eleitoral, os norte-americanos decidiram ativar o snapback no Conselho. Porém, nenhum dos outros membros do acordo aceitou a medida por um motivo até bastante simples: o mecanismo só pode ser ativado por alguém que seja "participante", algo que não ocorre mais por conta da decisão do republicano. Mesmo assim, Washington informou que ativaria o dispositivo.

No fim de semana, o secretário de Estado, Mike Pompeo, voltou a criar tensão com os outros membros do CS ao dizer que seu país reimporia as sanções mais duras de maneira unilateral já a partir de ontem (20) o que, novamente, foi rechaçado tanto pelos aliados europeus como pelos chineses e russos.

Publicidade

Para Moscou, essa é mais uma ação "ilegítima" dos norte-americanos e que isso "não tem nenhuma consequência legal e internacional para os outros países".

Em nota oficial, o alto representante europeu para Política Externa, Josep Borrell, reafirmou que os EUA se "retiraram unilateralmente" do acordo e "não podem iniciar o processo para a reaplicação das sanções da ONU decididas com a resolução 2231".

O Irã também fez um apelo para que o mundo "responda às ações irresponsáveis" de Washington e que "a comunidade internacional e todos os países do mundo se oponham" à medida. .

  
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações