A Rússia rebateu nesta quarta-feira (24) as falas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chamou o país de "tigre de papel" na 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Moscou negou que haja uma crise econômica no país devido às sanções contra seu comércio internacional.
Apesar de o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitir que existam "alguns pontos de tensão" na economia local, associados em grande parte às restrições contra a nação, "a Rússia mantém sua estabilidade macroeconômica".
Ontem, no discurso da ONU, Trump afirmou que Moscou "parece um tigre de papel" e que sua economia está em crise.
"A Rússia não é um tigre, mas um urso, um urso de verdade. [Vladimir] Putin descreveu nosso urso repetidamente e com variados graus de emoção. Não há nada de papel nisso", declarou Peskov, buscando também justificar as penalidades impostas contra o gás e o petróleo russos.
"Trump é um homem de negócios e está tentando forçar o mundo inteiro a gastar mais dinheiro em petróleo e gás americanos", disse o porta-voz do Kremlin.
O líder de Washington usou partes de seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas para criticar o posicionamento de seu homólogo em Moscou no conflito com Kiev. O republicano disse que achou que "seria mais fácil encerrar a guerra na Ucrânia por seu relacionamento com Putin", mas como não ocorreu, diversas sanções foram aplicadas à Rússia.
Mesmo assim, o Kremlin garantiu que irá continuar com a ofensiva na nação vizinha.
"Continuamos nossa operação militar especial [em território ucraniano] para proteger nossos interesses e alcançar os objetivos que o comandante supremo e presidente do nosso país, Vladimir Putin, estabeleceu desde o início. Estamos fazendo isso tanto pelo presente quanto pelo futuro do nosso país. Não temos alternativa", concluiu Peskov.